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Recurso escasso a grande parte da população nacional, a água potável é um bem precioso para comunidades menos favorecidas da Região Nordeste, Espírito Santo e Minas Gerais. A cargo do Programa Água Doce, do governo federal, a utilização dos lençóis subterrâneos disponíveis no Semiárido brasileiro têm obtido desempenho satisfatório. Financiadas pelo BNDES e Fundação Banco do Brasil, dezessete unidades piloto estão sendo implantadas para realizar a dessalinização necessária ao consumo. O modelo também reverte o rejeito dessa água aos criatórios de tilápias, de onde se retira fertilizante para o cultivo de material forrageiro. Além do viés ambiental, esse sistema de uso integrado diversifica a geração de renda nas propriedades rurais.
Coordenador da iniciativa e pesquisador da Embrapa Semiárido, Gherman Araújo, diz que há ainda uma preocupação social em mobilizar a mão-de-obra local para despertar a importância do cooperativismo e do trabalho conjunto nas comunidades beneficiadas. Atendidos os requisitos técnicos primordiais, o projeto promove capacitação e treinamento dos produtores rurais, de maneira que todos possam desfrutar dos resultados.
— O problema é que o excedente do tratamento da água salobra tem alto potencial de contaminação do solo. Essa destinação é possível porque, devido à excreção dos peixes, dez por cento da água dos tanques de criação têm que ser trocadas diariamente. O líquido retirado é rico em material orgânico e nitrogênio, e próprio para suprir as necessidades de sais de plantas aloftas, que dão origem à forragem conservada por meio de fenação ou silagem. O ciclo se completa com a suplementação dos rebanhos bovinos, caprinos e ovinos — explica ele.
Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Araújo afirma que esse tipo de política pública passa muito pela conscientização do poder executivo. Segundo ele, um programa dessa envergadura deve ser ampliado para outros Estados, viabilizando o acesso permanente do nutriente indispensável à vida. Com o diferencial de aproveitar a água do subsolo, a ferramenta é capaz de enfrentar as condições climáticas mais adversas. Outra possibilidade relevante da tecnologia é a mitigação dos fatores de desertificação.
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