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Muitas vezes a olericultura é deixada de lado em função dos maiores cuidados com grandes culturas como os grãos. Ainda existem muitas regiões do país sem cultivares recomendadas de hortaliças, fazendo com que os produtores tenham que se arriscar testando nas suas lavouras diferentes materiais criados para outras regiões. Em Guarapuava, o plantio de tomate e cebola vem crescendo nos últimos anos, mas à margem da pesquisa. Para tentar melhorar a produtividade das culturas na região, o Sindicato Rural de Guarapuava, no Paraná, organizou o I Simpósio de Tomate e Cebola, que aconteceu dia 7 de outubro e discutiu questões importantes como o desempenho recente de diversos híbridos e as novas pesquisas de melhoramento genético para a região.
O doutor em olericultura Juliano Resende, professor da área de agronomia da Universidade Estadual do Centro-Oeste, foi um dos palestrantes do evento e mostrou quais estão sendo os híbridos de tomate e cebola com maior potencial de adaptação em Guarapuava. A análise foi feita baseada em números do último ano e já foram iniciadas parcerias e estudos para o desenvolvimento, dentro de poucos anos, de cultivares específicas para a região.
— Existe uma gama muito grande de híbridos plantados hoje na região. Mas o que acontece é que muitas vezes o que é plantado não é um material que foi desenvolvido para a região. Estamos testando vários híbridos de tomate e cebola existentes nas lavouras de Guarapuava para ver qual é o que melhor se adequa às condições edafoclimáticas porque ainda não temos nenhum material consolidado que seja ideal pra região. Estamos desenvolvendo um programa de melhoramento genético de tomate rasteiro dentro da Universidade com objetivo de produzir materiais mais adaptados a nossa região. Estamos trabalhando com 10 linhagens e vamos levar isto para o campo este ano e esperamos que estes 45 possíveis híbridos que tenhamos pelos menos 1 ou 2 híbridos com bom potencial produtivo para a região — explica Resende.
Segundo o pesquisador, dos 14 híbridos de tomate rasteiro testados na região, a cultivar Granadero teve o melhor resultando conseguindo produtividades acima de 100 toneladas, em ótimas condições de ensaio e qualidade de pós-colheita com bom brics e teor de acidez bem interessante, assim como o híbrido Kátia. Outros materiais não tiveram resultado tão positivo ficando com apenas 30 toneladas de produção por hectare, mas Resende acredita que as recomendações só poderão ser feitas de fato após mais um ano de pesquisa para que uma nova safra confirme os resultados preliminares.
— Os resultados preliminares que estamos desenvolvendo já dão uma idéia do que plantar e evitar, precisamos ainda consolidar a pesquisa, mas o risco de errar se torna menor. Foi o trabalho de um ano e a gente precisa repetir estas avaliações mais vezes para afirmar realmente que é um material bom e recomendado para a região. A mesma coisa vale para a cebola. Hoje, a gente tem um trabalho de parceria junto com uma empresa de origem japonesa, em São Paulo, produtora de hortaliças e estamos testando em conjunto linhagens e mesmo híbridos que estão sendo testados para a região para ver adaptação, produtividade e qualidade de bulbo. Temos conseguido acima de 50 toneladas de cebola por hectare e em breve estarão disponíveis aos agricultores da região. Esse número é muito acima da média do Estado do Paraná para cebola, que fica entre 15 e 17 toneladas por hectare — destaca o doutor em olericultura.
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