dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     20/04/2024            
 
 
    
Forrageiras      
Sementes piratas roubam de toda a cadeia
O emprego de sementes de origem clandestina causa problemas diretos para o pecuarista e os animais e indiretos para toda a cadeia
Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Marcelo Pimentel
14/11/2013

Evidentemente, não existem números oficiais a respeito das sementes de origem clandestinas no Brasil, apenas estimativas. De acordo com levantamentos da Unipasto (Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras) acredita-se, porém, que a participação dos materiais “piratas” no mercado possa chegar a 30%. Número muito significativo se considerarmos que atualmente, o mercado de sementes forrageiras tropicais compreende um pouco mais de 20% do mercado formal de sementes do Brasil. Em cifras, isto representa um faturamento por volta de R$ 1 bilhão. Desse volume, 75% destinam-se ao próprio mercado interno e 25% para exportação.

Marcos Roveri José, diretor executivo da Unipasto, destaca a urgência da necessidade de mobilização da cadeia produtiva a fim de coibir à pirataria. Sementes oriundas de campos clandestinos, sem nenhum controle de geração genética ou de pragas e doenças, causam perdas diretas e indiretas.

De forma mais direta, os efeitos sentidos pelos produtores que usam esses materiais em seu dia a dia são a baixa qualidade e contaminação por pragas e doenças, que, redundam em pastos mal formados e com deficiências nutricionais. Além disso, no entanto, colocam em risco todo o investimento realizado e, pior, fomentam a continuidade de processo desastroso a toda a cadeia.

Pastagem formada a partir de semente de origem clandestina em MS

“Sabe-se que para auxiliar na continuidade da pesquisa, as empresas cobram royalties sobre as cultivares lançadas para garantir a sanidade financeira para futuros reinvestimentos nos programas de melhoramento. Com a prática da pirataria, corre-se o risco de abortar grandes projetos dentro do país; ou seja, por não haver controle do processo produtivo haverá uma desmotivação dos parceiros e das instituições de pesquisa gerando um efeito cascata avassalador”, explica Roveri.

Ele cita como exemplo, o caso da cultivar protegida BRS Piatã, da Embrapa, para a qual se estima uma perda anual no faturamento de R$ 20 milhões. “Assim, se não houver um envolvimento de toda a cadeia produtiva na coibição desta prática tende a uma desmotivação nos investimentos da pesquisa comprometendo todo o programa de melhoramento do país na busca por melhores cultivares. Isto expõe nossas fragilidades nos sistemas de produção”.

Ações
Uma das frentes de ação da Unipasto atualmente é o investimento em ações na mídia para a conscientização dos consumidores quanto aos riscos das sementes piratas.

Dentre as informações divulgadas estão como o produtor pode identificar materiais de origem duvidosa. O preço, por exemplo, pode ser um indício, já que, via de regra, fica bem abaixo dos praticados no mercado legal. Também é abordada a importância de identificar se determinada empresa está autorizada a comercializar aquela cultivar. Pela internet é relativamente fácil levantar essas informações.

Identificando qualquer anormalidade, o caminho é denunciar junto ao Ministério da Agricultura ou à Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), para que estas possam tomar as providências no momento certo, tudo dentro da segurança e sigilo.

Outra forma de combate é acompanhamento sistemático das áreas de produção por um período maior para evitar possíveis escapes. A Embrapa também vem se mobilizando para atuar naqueles que estão usando inapropriadamente as suas cultivares, através de notificações extrajudiciais remetidas pela sua assessoria jurídica.

Em forma de apelo, Roveri, pede a todos os integrantes da cadeia produtiva que participem ativamente no combate à pirataria, denunciando ou deixando de adquirir sementes de empresas suspeitas ou não licenciadas por oferecer preços mais baratos. “É o barato que sai caro”, frisa.

Mercado aquecido
Nos últimos três anos, motivado pelas perdas ocasionadas na produtividade dos campos e no alto consumo dos estoques das empresas expondo baixas ofertas, houve um aumento considerável no consumo de sementes. As altas obtidas na arroba do boi também motivaram a maior procura por sementes principalmente para a reforma de pastagens.

O programa ABC do governo federal, que também estimula o crescimento do sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e a recuperação de pastagens degradas, tem como uma das metas dobrar a área sob ILPF no Brasil até 2020, chegando a 4 milhões de hectares, e, assim, atender os seus compromissos perante a COP-15 na mitigação de gases de efeito estufa.

Mais informações no site da própria Unipasto: www.unipasto.com.br

Reportagem exclusiva originalmente publicada em 10/10/2012

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Ainda não existem comentários para esta matéria.
Para comentar
esta matéria
clique aqui
sem comentários
Helicoverpa: Fundação MT divulga resultados de pesquisa para controle
Com a planta no estágio vegetativo e quando a lagarta está nos primeiros estágios o controle é mais fácil
BRS Isis: nova cultivar de uva de mesa resistente ao míldio
Vermelha e sem sementes, nova variedade será lançada na próxima terça-feira, 26, em Pernambuco
Pesquisadores levam tecnologias a diversas regiões do país
Iniciativa passará pelas principais regiões produtoras, levando aos técnicos da extensão rural orientações sobre o manejo das principais ameaças fitossanitárias, dentre elas, a Helicoverpa armigera
Micotoxinas: o problema pode estar na ensilagem mal conduzida
As micotoxinas podem ser produzidas em qualquer etapa de produção de alimento, desde o campo, até o fornecimento no cocho. A adoção de boas práticas na ensilagem, que auxiliem a redução na contaminação por fungos e, consequentemente, a produção de micotoxinas, é importante
Capital intelectual - linha direta da renovação e do desenvolvimento
O interesse organizacional concentra seu foco na gestão de um conjunto de talentos, habilidades, capacidades e ideias; ou seja, no Capital Intelectual
Calibração de deposição de agrotóxicos e bioinseticidas
Ao utilizar princípios ativos químicos ou biológicos objetivo é fazer com que uma quantidade mínima do produto aplicado atinja o alvo no local da planta onde o inseto se alimenta
Pesquisa avança no controle biológico da ferrugem do cafeeiro
Estudo demonstra sensibilidade do agente causador da doença à radiação ultravioletavioleta-B
Sementes piratas roubam de toda a cadeia
O emprego de sementes de origem clandestina causa problemas diretos para o pecuarista e os animais e indiretos para toda a cadeia
Besouros na fazenda indicam incidência de corós
Praga reduz produtividade do milho safrinha em cerca de 20% e deve ser combatida com tratamento de sementes e o monitoramento da lavoura anterior
Saterê e Marabitana são as novas cultivares de guaraná da Embrapa
Alta produtividade e resistência a doenças são as principais características dos materiais que são recomendados para conter antracnose

Conteúdos Relacionados à: Forrageiras
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada