dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     25/04/2024            
 
 
    
Manejo da Lavoura      
Café: sustentabilidade econômica via Produção Integrada
Norma favorece a rastreabilidade de toda a produção e o desenvolvimento de uma certificação nacional do produto, desde a instalação da lavoura até a comercialização
Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Flávia Bessa, Embrapa Café
19/03/2014

A produção cafeeira do Brasil melhorou muito nos últimos anos, especialmente depois da criação do Consórcio Pesquisa Café, que reúne dezenas de instituições de ensino, pesquisa e extensão em prol da geração e transferência de tecnologia. Pesquisadores, agentes da cadeia produtiva e consumidores cada vez mais conscientes da necessidade de investir em qualidade se uniram para buscar a valorização do café produzido com base na sustentabilidade econômica, social e ambiental e em boas práticas agrícolas por meio da Produção Integrada de Café.

A Produção Integrada de Café é constituída por normas técnicas para produzir alimentos de alta qualidade, por meio de normas adequadas de sustentabilidade para substituir antigas técnicas de produção que prejudicam o meio ambiente e que não asseguram, a longo prazo, uma agricultura sustentável. O Consórcio, juntamente com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e representantes do setor cafeeiro, reuniu esforços e contribuiu para a promoção de ampla discussão nos meios envolvidos sobre esse tema. O resultado foi o desenvolvimento de normas de boas práticas agrícolas para a produção de café dentro dos requisitos de segurança alimentar e de sustentabilidade de produção, levando em conta as peculiaridades da cafeicultura brasileira.

Consórcio Pesquisa Café está abrindo novas perspectivas para a cafeicultura brasileira

A norma favorece a rastreabilidade de toda a produção e o desenvolvimento de uma certificação nacional do produto, desde a instalação da lavoura até a comercialização. É um conjunto de princípios, muitos dos quais parte do dia-a-dia do produtor, que atendem às exigências internacionais, de custos reduzidos e fácil aplicabilidade a pequenos e médios produtores organizados. A iniciativa busca excluir práticas inaceitáveis e propiciar uma melhora contínua de boas práticas agrícolas. A adesão ao sistema é voluntária até que o governo forneça as bases para que o produtor possa escolher por uma das certificações existentes no mercado.

De modo geral, eles incentivam melhorias na gestão da propriedade que, em médio e longo prazo, refletirão na adoção de técnicas produtivas com baixo impacto ambiental, qualidade diferenciada dos produtos e mais competitividade para o café brasileiro. O sistema é totalmente monitorado, isto é, toda tomada de decisão sobre a aplicação de pesticidas, aplicação de fertilizantes, de corretivos agrícolas etc só deve ser feita se o monitoramento indicar a necessidade, o que significa economia de custos com insumos agrícolas.

Segundo o professor Laércio Zambolim, da Universidade Federal de Viçosa – UFV, uma das instituições fundadoras e participantes do Consórcio, o desenvolvimento da produção integrada de café melhora a qualidade de vida do produtor, do ambiente pelo respeito à capacidade de suporte do ecossistema, aumenta a longevidade do sistema produtivo pela maior proteção do solo e da água, e ainda proporciona maior retorno econômico por utilizar menos defensivos e fertilizantes químicos. “Esse modelo de produção sustentável proporciona melhor tratamento social aos trabalhadores e mais qualidade a produção e ao produto, contribuindo também para aperfeiçoar a organização de um sistema permanente de monitoramento dos problemas da cultura e de identificação de pontos críticos, que requeiram maior atenção da pesquisa ou da transferência de tecnologia”.

Para o gerente geral da Embrapa Café (Brasília, DF), Gabriel Bartholo, a liderança brasileira na produção mundial de café pressupõe cada vez mais uma postura correta em relação ao meio ambiente, ao trabalhador e à segurança dos produtos. “A Produção Integrada de Café é uma iniciativa brasileira que oferece um café com valor social e ecológico agregado e vem ao encontro das exigências dos consumidores que já cobram e valorizam condições apropriadas de produção e rastreabilidade do produto. O que se propõe com ela é a apresentação de uma norma que incentive o aperfeiçoamento gradativo de um maior número de cafeicultores que desejam ter seus produtos reconhecidos através de certificação”, completa o gerente geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo.

PI Brasil Café
O sistema foi inspirado em outros similares para café e, principalmente, no modelo já implementado com sucesso pelo Ministério da Agricultura para Produção Integrada de Frutas. Fará parte do Programa Brasileiro de Produção Integrada e do Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade, do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia). No País, é denominado Produção Integrada - PI BRASIL CAFÉ. A previsão é de que seja implantado este ano, sendo um dos principais objetivos do Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento do Setor Cafeeiro (2012 a 2015).

Consórcio Pesquisa Café
Congrega instituições de pesquisa, ensino e extensão localizadas nas principais regiões produtoras do País. Seu modelo de gestão incentiva a interação das instituições e a otimização de recursos humanos, físicos, financeiros e materiais. Foi criado por dez instituições: Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola - EBDA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - Epamig, Instituto Agronômico - IAC, Instituto Agronômico do Paraná - Iapar, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural - Incaper, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro - Pesagro-Rio, Universidade Federal de Lavras - Ufla e Universidade Federal de Viçosa - UFV.

Reportagem originalmente publicada em 03/04/2013

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Ainda não existem comentários para esta matéria.
Para comentar
esta matéria
clique aqui
sem comentários
Software para irrigação está em fase final de desenvolvimento
Irriga Fácil traz como novidades a possibilidade de programar a irrigação em milho, sorgo e feijão para três classes de solo e em dois sistemas de irrigação
Uso do leite no controle do oídio
Produtor da Bahia usa leite para controlar o oídio desde 2005
Falso-carvão nas lavouras de arroz em Rondônia
Doença é causada por um fungo que sobrevive nos restos das plantas de arroz, pode ser transportado pelo vento e pela água e também pelas sementes contaminadas
Rotação de tomate com milho aumenta produtividade
Prática promove economia em quantidade de fertilizantes e favorece ao equilíbrio do solo
Prioridade para biomassas
Segundo analistas, a participação de derivados da cana e outras energias renováveis mal chegará a compensar a redução da participação da energia hídrica na matriz, assim como do carvão vegetal. Seria conveniente não desestimular a geração por fontes da biomassa, do biogás e outras
Lagartas #prime#comem tudo#prime# substituídas por vespinhas
Empresa nascida em Piracicaba, como uma incubadora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queirós (Esalq), da USP, desenvolveu parasitóides, no caso vespas, que agem nos ovos de outras pragas antes que as larvas se tornem lagartas
Brasil na rota dos megaeventos hídricos: uma oportunidade para nossa agropecuária
Precisamos nos preparar para mostrar o que o país faz quanto à gestão desse recurso natural e sua eficiência de uso. E nenhuma atividade terá papel mais preponderante do que a agropecuária
O apagão logístico, a seca e o futuro
Enfim aparece uma luz para resolver o apagão logístico agropecuário. É simples: vem a seca. O seguro agrícola é ridículo. Outorga de água para irrigação, nem pensar! O agricultor não consegue pagar a conta, não planta mais. Resolvido o problema!
Café: sustentabilidade econômica via Produção Integrada
Norma favorece a rastreabilidade de toda a produção e o desenvolvimento de uma certificação nacional do produto, desde a instalação da lavoura até a comercialização
Transgenia pode ajudar no manejo do HLB em citros
Manipulação genética de plantas pode ser mais uma medida em potencial para o manejo desta doença, uma vez que não há cultivares de laranja doce resistentes ao HLB
Rede de Fomento à iLPF promove dia de campo em GO
Evento na Fazenda Santa Brígida vai mostrar como iLPF pode contribuir para a recuperação de áreas degradadas, manutenção e reconstituição da cobertura florestal, adoção de boas práticas agropecuárias e adequação da unidade produtiva à legislação ambiental
Fertilidade do solo: sistema vivo e produtivo
Já começou o preparo do solo para a próxima safra de verão. Processo é contínuo e ocorre o ano todo, não apenas quando se aproxima a hora do plantio

Conteúdos Relacionados à: Cafeicultura
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada