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Embrapa pesquisa opções para manutenção da qualidade do solo
Meta é avaliar alternativas ao sistema de derruba-e-queima para recuperação e manutenção do solo, além da diversificação da produção agrícola
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Priscila Viudes, Embrapa Acre
18/02/2014

O uso de plantio direto e fertilizante é uma realidade para a maioria dos agricultores brasileiros, mas não para os de Mâncio Lima (AC), o município mais ocidental do Brasil. Situado na região do baixo Juruá, onde predominam solos arenosos e com baixa fertilidade, tem como principal cultura a mandioca, utilizada para produção de farinha. O mesmo ocorre nas cidades vizinhas, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul, a segunda maior do estado.

Nesse contexto, a Embrapa instalou, em 2006, um experimento na área do agricultor Sebastião Oliveira, com objetivo principal de avaliar alternativas ao sistema de derruba-e-queima para recuperação e manutenção da qualidade do solo e dessa forma diversificar a produção agrícola familiar. Além disso, o experimento busca conciliar produção de alimento com redução de impactos ambientais. O uso do fogo, técnica largamente adotada por agricultores da região, está proibido no Acre desde 2010.

O experimento demonstra a eficiência do uso de alternativas como plantio direto, uso de calcário, plantas de cobertura, que visam eliminar o uso do fogo para a limpeza das áreas, e adubos fosfatados. O resultado do trabalho tem sido positivo.  “As análises do solo do experimento, realizadas de 2006 a 2012, e as produtividades de mandioca e milho comprovam a eficiência da alternativa para manutenção da qualidade do solo e de seus atributos produtivos. Com o uso das tecnologias recomendadas, comparadas ao sistema convencional  da região, o produtor rural pode alcançar até o dobro de produtividade de mandioca, afirma o pesquisador da Embrapa Acre, Falberni Costa.

“Havia uma área que eu já tinha abandonado, porque antes chegava a colher 120 sacas de farinha, a última vez que plantamos deu só 30 sacas. Nós abandonamos porque não estava dando resultado. Então coloquei calcário, plantei a mucuna preta e fiz plantio direto. Chegou a dar até um quilo de farinha por pé de mandioca”, confirma o agricultor Sebastião Oliveira, que tem 55 hectares no ramal Pentecostes.

Atualmente, a área do experimento está cultivada com milho com diferentes tratamentos. O milho possui uma grande demanda na região, sendo matéria-prima da ração de peixes e aves, cadeias produtivas incentivadas por políticas públicas do governo do estado. “O pessoal aqui não acreditava que essa terra poderia se tornar fértil e ainda dar milho, que é tão valorizado. Os outros agricultores, principalmente os da associação, já estão todos começando  adotar essas técnicas”, afirma Oliveira. 

A produção de milho no Acre ainda é pequena, se comparada com outros estados da região Norte, por isso o grão é valorizado no mercado. O Acre produziu 111 mil toneladas na safra 2012/2013, enquanto o estado vizinho, Rondônia, 501,6 mil toneladas, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No Juruá, a aquisição de insumos agrícolas ainda tem um custo elevado, devido à distância dos locais de produção de calcário e adubos. O governo do Acre, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar, adotou, desde 2010, o Programa Pró-Calcário, que prevê a distribuição de calcário para agricultores familiares. Sebastião foi um dos beneficiados e corrigiu o solo do restante de sua propriedade.

Segundo Oliveira, antes do experimento, ele não sabia o que era o calcário e tampouco adubo. “Se eu tivesse o conhecimento que eu tenho hoje, esse terreno aqui era metade de mata ainda, eu não teria precisado abrir mais áreas. Essa área não vai deixar de produzir e eu não vou mais queimar. Antes a gente achava que quanto mais limpo o solo melhor, agora quanto mais palha melhor. É esse tipo de conhecimento que eu adquiri com essa parceria com a Embrapa e que faz toda a diferença”, afirma.

Agricultura conservacionista
As alternativas utilizadas no Juruá (plantio direto, com mínimo revolvimento do solo, cobertura permanente do solo com plantas leguminosas e gramíneas, e rotação de culturas) seguem o recomendado pela agricultura conservacionista. Nessa área, já foi utilizada a mucuna preta, uma leguminosa indicada para recuperação de solos degradados, ideal para adubação verde e com boa taxa de fixação de nitrogênio, elemento importante para a qualidade do solo. O produtor rural também cultivou mandioca e agora está conduzindo o plantio de milho.

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