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Fruto de uma pesquisa realizada desde 2000 no Brasil e no exterior, a palestra “Estratégias nutricionais para redução de metano”, ministrada pelo pesquisador Alexandre Berndt no IV Congresso Latino Americano de Nutrição Animal (CLANA), tem por objetivo solucionar os questionamentos sofridos pela pecuária no que diz respeito à emissão de gases de efeito estufa. Realizados com bovinos de corte, os estudos tiveram início a partir da necessidade de entender a contribuição da pecuária nacional nas emissões sobretudo do metano.

Alexandre explica que, apesar de vários sistemas de produção, inclusive de alimentos, serem responsáveis pela emissão de gases, o que chama a atenção na pecuária é o metano produzido por fermentação entérica, que acontece dentro do rúmen do animal. Após ser ingerido, o alimento é digerido por, principalmente, bactérias fibrolíticas. Porém, outros microorganismos chamados metanogênicos removem o hidrogênio do rúmen, unindo-o a um átomo de carbono, formando assim uma molécula de metano, liberado pela eructação do ruminante.
De acordo com o pesquisador, existem várias estratégias que, combinadas, podem reduzir a emissão do metano entérico. Elas tem uma ampla gama de efeitos e vão desde o manejo da pastagem até o uso de aditivos na alimentação dos bovinos confinados. A finalidade da palestra é justamente mostrar aos pecuaristas um sistema de criação mais eficiente, possibilitando a produção de mais carne por menos tempo.
— Se a gente abate um boi com cinco ou com dois anos, sendo que os dois produzem a mesma quantidade de carne, evidente que o que é abatido mais cedo produziu menos gases por quilo do produto, porque viveu menos e consumiu menos recursos. Hoje já temos tecnologias disponíveis cujo foco se reflete numa produção mais sustentável. Um bom pasto vai produzir menos gases por quilo de carne — comenta Alexandre.
As estratégias do título da palestra são o uso de aditivos na criação confinada. Os ionóforos, que inibem o crescimento de microorganismos do rúmen, são exemplos que contribuem para a redução do gás metano. Alexandre explica que, quando foram desenvolvidos, aditivos como esses visavam apenas o aproveitamento da carne e o crescimento do animal.
Atualmente na Embrapa Pecuária Sudeste, Alexandre Berndt realizou a pesquisa pelo Instituto de Zootecnia de Nova Odessa, em São Paulo. Ele aconselha os pecuaristas a investirem em pastagens com forrageiras de melhor qualidade. Já no caso das criações confinadas o uso de grãos ajuda na diminuição dos gases liberados pelos animais.

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