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Soja      
Análise de solo pode reduzir custos do produtor
Dose correta de fertilizantes que precisa ser aplicada evita carência de nutrientes, que limita a produtividade, e o excesso de adubação, que desperdiça dinheiro
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Juliana Royo
05/11/2010

Conhecer bem o solo da propriedade é um ponto-chave para ter sucesso na lavoura. Saber que nutrientes existem na terra, qual é a quantidade deles disponível e qual é a necessidade de cada cultura é fundamental para a lucratividade do produtor. Se houver carência de nutrientes, a planta não consegue se desenvolver da melhor forma possível, não atinge todo o seu potencial e limita a produtividade da lavoura. No caso comntrário também há um impacto grande no bolso do produtor. Se ele não conhece o seu solo e aplica fertilizantes sem saber quais são as necessidades pode estar jogando dinheiro fora. O excesso de nutrientes não faz a cultura produzir mais do que o potencial dela, então, a aplicação dos fertilizantes é feita à toa. Isto pode representar um peso muito grande para alguns produtores já que os gastos com adubação chegam a representar entre 30% a 40% de todo o custo de produção.

— O que pode acontecer com o agricultor que não faz a análise de solo e não acompanha a sua lavoura é que ele pode estar colocando quantidades muito grandes de um fertilizante e poucas de outro, limitando a produtividade dele ou gastando dinheiro desnecessariamente. Por exemplo, o teor de fósforo no solo dele pode ser extremamente alto e ele continuar jogando fósforo, só que a produção não aumenta e ele está gastando dinheiro à toa. Dois agricultores que produziram a mesma quantidade de soja não ganharam necessariamente a mesma quantidade de dinheiro porque um gastou mais do que o outro. Ganhou mais aquele que economizou dinheiro na aplicação dos insumos. A principal recomendação é: não deixe de fazer a análise de solo. Não tem como acertar a adubação se ele não fizer a análise. É importante lembrar que o custo dos fertilizantes representa, em algumas regiões, de 30% a 40% do custo de toda a implantação da lavoura — ressalta o pesquisador Cesar de Castro, da Embrapa Soja.

Castro diz que a soja é uma cultura que exige todos os nutrientes, tanto os macro como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre, quanto os micronutrientes como boro, ferro, manganês e molibdênio. Os principais, que precisam estar disponíveis para a planta em maior quantidade, são o nitrogênio, fósforo e potássio. No entanto, o nitrogênio não precisa ser aplicado à cultura em forma de fertilizante. Graças à tecnologia de inoculação, bactérias do tipo rizóbias são introduzidas nas sementes de soja. Elas têm o poder de fixar nitrogênio, o que elimina a necessidade de adubo nitrogenado já que a inoculação é um processo muito mais barato do que a compra de todo o fertilizante nitrogenado que seria necessário para satisfazer a soja. O fato do potássio, fósforo e nitrogênio serem os mais importantes para a cultura, não significa que os nutrientes devam ser ignorados. A soja precisa de todos eles para se desenvolver plenamente, atingir altas produtividades e todos eles são limitantes da produção.

— O sucesso da adubação começa com a análise de solo. A quantidade de fertilizantes a ser aplicada à soja vai ser definida em função da análise do solo. Se nós fizermos um paralelo com o ser humano, quando nós vamos ao médico é em função do exame que ele pode recomendar o remédio adequado caso a pessoa esteja doente. Então, caso o solo não tenha a quantidade adequada de nutrientes nós vamos colocá-los em função de uma tabela que determina as quantidades para atender a necessidade da cultura. Com base no resultado da análise de solo, ele pode fazer aplicação de potássio em cobertura antes do plantio ou no suco de semeadura junto com o fósforo. No acaso do nitrogênio, em que as sementes serão inoculadas com bactérias, são usadas cerca de 1.200 bactérias por semente — esclarece.

O pesquisador explica que a análise de solo deve ser feita alguns emses antes do plantio para dar tempo da coleta ser feita em todos os talhões da lavoura, sair o resultado e o produtor conseguir decidir que fertilizante de qual marca ele vai utilizar naquela safra. A análise precisa ser feita com antecedência porque é ela que vai determinar todas as estratégias de adubação utilizadas. Mas mesmo o produtor que fez a análise de solo de forma correta e está plantando a soja agora precisa ficar atento. É preciso saber como a planta está respondendo à adubação. Por isso, o pesquisador recomenda que sejam feitas análises foliares, na época de início do florecimento da soja. Dessa forma, o agricultor sabe exatamente como está a nutrição da planta e se ele está absorvendo os nutrientes que foram aplicados ao solo corretamente.

— A análise foliar também é importante. Fazendo mais um paralelo com o Homem, não é porque uma pessoa come que ela está bem. É preciso fazer um exame de sangue para saber se ela está com anemia ou não e se está realmente tudo bem. Tanto an análise foliar quanto na análise de solo é preciso que o produtor faça coletas em cada talhão para conhecer todas as áreas da propriedade e saber em que talhão ele precisa utilizar mais ou menos fertilizante. O produtor pode se basear na publicação anual sobre a cultura que é a Tecnologias de Produção da Soja para a Região Central do Brasil. A publicação de 2011 já saiu e pode ser encontrada no site da Embrapa Soja (www.cnpso.embrapa.br) — explica Castro.

 

Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Jornal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia.
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Leandro do Prado Wildner
05/11/2010 - 14:25
+ lamentßvel que em pleno sÚculo 21 existam produtores do agroneg¾cio que nÒo atendam a um requisisto bßsico da produþÒo de grÒos: fazer a anßlise do solo.
Por outro lado, os tÚcnicos devem ser mais incisivos em suas afirmativas: "anßlise do solo REDUZ (e nÒo pode reduzir) os custos de produþÒo.
PARAB+NS PELO TEMA E OPORTUNIDADE.

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