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Agronegócio da Soja  
Perspectivas para o produtor de soja na safra 2010/2011
A previsão indica um volume de 68,55 milhões de toneladas
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Sebastião Pedro da Silva Neto e Rui Veloso
10/01/2011

Terminado o plantio da safra de soja 2010 2011 é hora de recolher as plantadeiras nos barracões e tirar os pulverizadores, que entram em ação para o manejo de ervas daninhas, pragas e doenças nas lavouras que foram plantadas primeiro. E os produtores de Mato Grosso e do Sudoeste Goiano já começam a pensar em regular as colheitadeiras para colher as primeiras lavouras de soja precoce destinadas à safrinha, no mês de janeiro 2011. Para os agricultores termina a época de intensa movimentação nas fazendas, representadas pelas operações de plantio. A sorte está lançada, junto com as sementes e fertilizantes que as plantadeiras inserem no solo. O resultado dependerá do clima e das cotações da soja de agora até na época do termino da colheita.

Os agricultores brasileiros colheram 67 milhoes de toneladas de soja no ano agricola 2009-2010, representando safra recorde. De acordo com levantamentos da CONAB a área plantada na safra 2010-2011 será de 24,08 milhoes de hectares, 2,6% (610,8 mil hectares) superior à da safra 2009/2010. E a previsão para a produção de soja na safra 2010-2011 no País indica um volume de 68,55 milhões de toneladas. Há temores relativos ao clima nos estados produtores da região Sul, causado pelo ano de “La Niña”, conforme já se observou com o atraso das chuvas e conseqüente atraso no plantio da soja no norte do Mato Grosso. O plantio no Estado do Paraná também sofreu atraso, mas com menos intensidade. Nos Estados da região Nordeste (oeste da Bahia, sul do Maranhão e sul do Piauí), as chuvas começaram mais cedo, permitindo a antecipação do plantio. As perspectivas de boas condições meteorológicas nesta safra, aliadas aos bons preços, tem propiciado otimismo aos produtores até o momento.

O incremento da produção brasileira de soja deve continuar na safra 2010-2011 puxado pelos bons preços, pois o mercado mundial de soja está aquecido e deve continuar estável em 2011, motivado principalmente pelo aumento da demanda da China e da India. Os preços médios no mercado internacional seguem a trajetória de alta iniciada na última semana de agosto, sustentados pelo aumento da demanda externa.

As cotações futuras de soja fecharam com ganhos expressivos, na ultima sexta-feira, 17 de dezembro de 2010, na Bolsa Mercantil de Chicago, chegando US$ 29,07 por saco de 60 kg (cotaçao para Maio de 2011, posto Chicago). A principal motivação dos compradores futuros da soja foi estiagem na Argentina, e à previsão de retorno de condições de calor e de ausência de chuvas em grande parte das regiões de produtoras de soja do cone sul.

Diante deste cenário, os produtores devem aproveitar o bom momento de preços e ir travando alguns lotes da soja a ser colhida no primeiro trimestre de 2011, pois de agora em diante, ao aproximar a colheita da safra sul-americana, o mercado especulativo de clima deve começar a atuar. Num segundo momento, devem começar a ser veiculadas noticias sobre a intenção de plantio da nova safra de soja norte-americana. O que, juntamente com a aproximação da colheita da safra sul-americana (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), costuma fazer com que os preços da soja venham a cair, afetando negativamente a rentabilidade dos agricultores brasileiros.

A ultima projeção do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA) referiu-se a uma área de plantio de 31,4 milhões de hectares na próxima safra, a ser plantada na primavera do hemisfério norte. Indicando leve aumento da área plantada nos EUA. Notícias como esta, poderão vir a ser utilizadas de forma especulativa e virem a baixar as cotações da soja justamente na época da colheita sul-americana. Portanto, vencida a etapa do plantio, o produtor de soja agora não deve se preocupar somente com o controle da ferrugem asiática, lagartas, percevejos, etc., em suas lavouras, mas principalmente ficar de olho nas variações dos preços da soja, e na negociação da próxima safra.

O agricultor não deve deixar para pensar na estratégia comercial durante ou depois da colheita da safra 2010-2011. Os preços atuais da soja estão oferecendo uma oportunidade para que o produtor pague seus custos de produção e garanta alguma renda para pagar os financiamentos agrícolas vencidos e a vencer em 2011, e desta forma reduzir um pouco o seu grau de endividamento. Isso deve ser visto como uma meta para os agricultores brasileiros em 2011, tendo em vista o início do novo governo no Brasil e o anúncio de uma política econômica de juros altos, o que poderá dificultar a saúde financeira dos agricultores no futuro próximo.

Apesar da perspectiva de bons preços para a soja na próxima safra, deve ficar claro para todos que o produtor brasileiro não conseguirá um preço médio tão bom quanto as cotações atuais estão indicando. Isso porque, a esta altura, estima-se que 70% da safra 2010-2011 já foi comercializada. E grande parte deste percentual foi comercializado antes da alta das cotações no final do mês de agosto, ou seja foi comercializado a preços inferiores. No Brasil de hoje, estima-se que somente 12% da área de soja seja financiada por linhas de credito oficiais. Isso faz com que mais de 60% da soja produzida no Brasil seja financiada pelas tradings compradoras de soja e fornecedoras de insumos. Com isso, grande parte da próxima safra de soja (2010-2011), já foi comercializada antes de ser plantada na forma de troca por insumos. Como estas operações começaram a ser feitas logo depois da colheita da safra 2009-2010 (por volta de março-abril de 2010), quando os preços da soja no Centro Oeste estava no patamar de R$ 30,00 por saca de 60 kg, este percentual da próxima safra de soja que já foi comercializado, irá puxar a média dos preços recebidos pelo produtor brasileiro para baixo, independente de quão bons fiquem os preços de agora até a colheita.

Não se sabe se os preços da soja vão continuar nos patamares atuais até a colheita da safra 2010-2011. Eles podem cair à medida que se aproximar a colheita, ou podem até subir se houver alguma irregularidade climática que venha a diminuir a previsão de colheita da safra de soja sul-americana. O importante é que o produtor consiga fechar negócios aproveitando os picos de bons preços e fazer uma boa média de preços para todo o volume de soja colhido, e com isso fechar suas contas de custeio, pagar os financiamentos, e partir para o planejamento da próxima safra (2011-2012) com tranquilidade financeira suficiente para adotar boas tecnologias e garantir boas produtividades na safra seguinte.
 

 
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