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Kamila Pitombeira
08/08/2011
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A raiva é uma das piores doenças que pode infectar mamíferos. Em um rebanho bovino, pode provocar perdas enormes. Depois de infectado, não há cura e o animal deve ser sacrificado. Além disso, ela passa de animal para animal, o que pode se alastrar pelo rebanho rapidamente. Para combater o problema, o melhor método é a prevenção através da vacinação e do combate de transmissores, como o morcego.
Segundo Pedro Paulo Pires, chefe adjunto de transferência de tecnologia e médico veterinário especialista em patologia animal da Embrapa Gado de Corte, essa doença é causada por um vírus transmitido entre os mamíferos, podendo passar do bovino para o homem. O vírus é chamado, na forma popular, de vírus rábico e causa muito prejuízo ao pecuarista.
— Por ser uma doença do sistema nervoso, ela tem inúmeros sintomas que variam desde o comportamento. O animal pode ser agressivo, ficar perturbado e se mutilar. A vaca, por exemplo, pode ficar nervosa e agressiva. Ela cai e fica tentando levantar e se alimentar. Esses sintomas evoluem até a morte — conta o médico veterinário.
De acordo com ele, os produtores costumam relatar que o primeiro sintoma apresentado pelo animal é como se estivesse engasgado. Pires explica que o bovino começa a salivar muito, apresentar perturbação nervosa e a boca pode ficar mais aberta do que o comum. Nesse caso, o produtor costuma tentar ver se há algum corpo estranho na garganta do animal. Para ele, esse é um dos principais problemas, pois é nessa hora que o pecuarista também se contamina.
O médico diz que a melhor medida é a prevenção. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, onde existem muitas serras com cavernas, é realizado o combate aos morcegos hematófagos e a vacinação contra raiva em todos os mamíferos.
— Os bovinos, principalmente, pois estão em maior número. No entanto, cavalos e cães também devem ser vacinados. Isso porque depois que o animal é infectado, não há nenhuma forma de tratamento, apesar de existirem tentativas heróicas para quando o homem está doente — conta.
Cuidados especiais
Para os animais infectados, Pires recomenda isolá-los completamente para evitar que eles passem a doença para outros animais. Deve-se também chamar um profissional veterinário responsável que tomará as devidas providências. Portanto, o produtor não deve fazer nada além de isolar o animal.
— Ele também não deve matá-lo. Esse animal deve ser abatido pelo profissional que recolherá o material nervoso e o levará para um laboratório. Caso o diagnóstico seja positivo, todas as pessoas envolvidas naquele caso devem ser tratadas com soro hiperimune — orienta.
O vírus é passado de animal para animal geralmente por outro animal, como diz o veterinário. O morcego, por exemplo, suga o sangue do bovino ingerindo o vírus. Ele, como mamífero, também fica doente. No entanto, antes de morrer, esse morcego morderá tantos outros animais quanto conseguir, transmitindo assim a doença.
— O quanto a doença afetará a produção dependerá de quantos animais forem mordidos por esse doente. Existem surtos de raiva em rebanhos onde a perda é muito grande — conta Pires.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Gado de Corte através do número (67) 3368-2000.
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