Agricultura Orgânica |
|
Mamão orgânico é 4 vezes mais valorizado |
Sistema é tendência mundial e conta com 80% da produtividade em relação ao cultivo convencional |
|
|
Kamila Pitombeira
08/02/2013
|
Carregando...
A ideia do cultivo orgânico, a princípio, assusta os produtores rurais. Isso acontece porque, muitos dele, acabam tendo que lidar com pragas e doenças, mesmo fazendo até 20 aplicações de produtos químicos na plantação. Muitos se perguntam, portanto, como seria viável produzir alimentos sem a utilização de produtos químicos e ainda lucrar. A produção de orgânicos é mais complexa e, a princípio, mais cara que a convencional. Por outro lado, o produto final é mais valorizado pelo mercado e, no caso do mamão, chega a custar 4 vezes mais, além de contar com até 80% da produtividade do convencional. Para Geraldo Antônio Ferreguetti, diretor executivo da Caliman Agrícola, é necessário que ocorra uma mudança de paradigma por parte dos produtores.
— É preciso conhecer os fundamentos tecnológicos que sustentam essa tecnologia. O produtor convencional utiliza produtos químicos regularmente e, mesmo assim, continua tendo problemas com doenças. Para ele entender a possibilidade de cultivar sem o uso de defensivos, ele precisa conhecer a base da ciência que sustenta tudo isso — afirma o diretor.
Ferreguetti defende a viabilidade das duas formas de cultivo, mas ressalta que o orgânico é uma tendência mundial
— A população está preocupada em relação ao uso de produtos químicos. Por isso, o mercado chega a pagar até 4 vezes mais por uma fruta orgânica — diz.
De acordo com ele, para produzir nesse sistema, primeiramente, o produtor precisa contratar um consultor. Depois disso, ele deve escolher a área, recompor toda a microbiota do solo, fazer áreas de quebra vento e contornos, além de recompor os elementos da paisagem florestal. Todo esse procedimento antes da implantação da lavoura, no caso do Papaya, pode levar até 4 anos.
— O principal trabalho é a recuperação do solo através de adubação verde com plantio de coquetel de leguminosas e uso de compostos orgânicos. Isso serve para recuperar a atividade microbiológica do solo. Depois de desenvolver todas essas atividades, existem alguns tipos de análises que permitem identificar se o solo está apto para receber o plantio orgânico — explica.
No primeiro momento, Ferreguetti afirma que o custo de produção do cultivo orgânico chega a ser 25% mais caro, em média. No entanto, esse valor diminui ao longo dos plantios. Ainda segundo o entrevistado, a produtividade do mamão orgânico está próxima à do cultivo convencional. Hoje, com a tecnologia e experiência existentes, é possível conseguir entre 70% e 80% da produtividade do mamão convencional no cultivo orgânico, ou seja, em torno de 65 toneladas por hectare.
— A fruta orgânica, hoje, é considerada de elite. Por isso, devemos aumentar a produtividade para transformá-la em uma fruta mais popular — conclui.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Caliman Agrícola através do número (27) 2103-1600.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 22/11/2011
|
|
|
Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores. |
|
|
Lucio Pereira Santos
15/12/2011 - 14:49
O Dr. Geraldo Ferreguetti Ú a maior autoridade da cultura do mamoeiro em todo o mundo. Ele entende de todas as ßreas do conhecimento que tÛm implicaþÒo com essa cultura dominando, tambÚm, como poucos, todos os segmentos da cadeia produtiva do mamÒo. Concordo com o Dr. Geraldo que a ProduþÒo orgÔnica Ú altamente promissora, contudo, muitos estudos ainda sÒo necessßrios para se desenvolver um pacote tecnol¾gico voltado para esse Sistema de ProduþÒo, que o torne sustentßvel, estabilizando a produþÒo e a produtividade ao longo dos anos, conquistando a confianþa do produtor, tornando esse Sistema nÒo apenas vißvel, como tambÚm o transformando em rotina pelos produtores. Hoje, lutamos para implantar no Brasil um Sistema de ProduþÒo intermedißrio entre a produþÒo convencional e a produþÒo orgÔnica, que Ú a ProduþÒo Integrada. Mesmo em se tratando de mudanþas mais amenas (da produþÒo convencional para a produþÒo integrada), encontramos as in·meras dificuldades, representadas pela resistÛncia do produtor, falta de informaþ§es, necessidade da maior presenþa do poder p·blico atuando nesse processo, entre outras limitaþ§es de naturezas diversas. Penso que, se conseguÝssemos implantar a ProduþÒo Integrada, com a adesÒo da maioria dos produtores de determinada cultura, transformß-la em ProduþÒo OrgÔnica seria bem mais simples, uma vez que as metas da PI sÒo, entre outras iniciativas, reduzir cada vez mais o emprego de agroquÝmicos, utilizar cada vez mais os materiais orgÔnicos regionais em substituiþÒo Ós fontes de fertilizantes altamente sol·veis, enfim, sÒo metas oriundas de objetivos que conduzem, com o tempo, ao cultivo orgÔnico. ParabÚns ao Dr. Geraldo pelo grande profissionalismo e pela elevada capacidade que possui, com grande destaque na cultura do mamÒo.
luiz Wagnelio/ diretor da Unniagro & adubos em anápolis-Go.21/12/20011
21/12/2011 - 16:07
+ com alegria que recebemos a colocaþÒo dessas possibilidades oriundas do conhecimento de uma autoridade como o Dr geraldo ferreguetti...mas independente de valer mais 4 vezez ou menos,adentramos nos entraves da falta de conhecimento, e a pouca informaþao por parte dos produtores ou atÚ a total desinformaþÒo . Acredito que um trabalhe de tÒo grande alcance deveria estß embasado em conhecimentos basicos por parte do produtor sobre esse tipo de cultivo mas tambÚm com um investimento pesado e sÚrio por parte dos orgÒos afins do governo,sem esses interesses se completando, infelizmente deveremos contemplar por longo tempo o empurrar de algo tÒo significante para as as novas propostas de agricultura e consumos. ParabÚns Dr.pela inciativa da proposta.
Denys - Goiânia-GO
03/01/2012 - 11:51
Extremamente interessante a colocaþÒo do Dr. Ferreguetti, sou um agricultor orgÔnico, nas ßreas de cafÚ e mamÒo, tendo experiÛncias adquiridas de grande valia, espero maiores informaþ§es sobre a comercializaþÒo com um maior valor agragado dos produtos. denys@petropremium.com.br
.
28/01/2012 - 23:51
Eu estava lß. Evento foi sucesso.
Paulo
08/02/2013 - 21:28
Concordo plenamente que a reconversão ou implantação deve partir de um bom manejo e preparo do solo, mas gostaria de saber quais são os os tipos de análises de solo, que o entrevistado comenta, onde é possível identificar se a área está "apta" a receber o cultivo orgânico. Grato
.Cardoso
09/02/2013 - 22:43
ORGÂNICOS E A ÉTICA Essa história dos orgânicos é muito engraçada. Nos tempos de terra nova e fértil após derrubada de mata alta, cultivamos café com cereais nas entrelinhas, por anos e anos seguidos, sem um pingo de adubo, sem herbicida nem defensivo algum.. Era uma agricultura orgânica generalizada. Depois que a terra ficou cansada e as pragas apareceram, os produtores utilizaram todo esterco disponível e o mínimo de defensivos por motivos econômicos. Ficando escasso os adubos orgânicos vieram os fertilizantes de origem mineral como os fosfatados, a potassa e o salitre. O salitre se tornou difícil e dois alemães inventaram a síntese da amônia tirada de produtos naturais o nitrogênio e o hidrogênio, dos quais depende hoje grande parte da produção de alimentos que asseguram a vida de 6/7 bilhões de terrícolas. Agora apregoam as vantagens das frutas, hortícolas, açúcar e cereais ditos orgânicos com regras estapafúrdias como a limitação do cloro para plantas (KCl) sem que seja para o homem (NaCl). Salitre é permitido, mas ureia não, como se as plantas soubessem distinguir a origem do nitrato no solo. Sulfato de cobre é aceito, mas os miraculosos herbicidas seletivos, não. Não há objeções aos adubos de origem vegetal ou animal, ditos orgânicos, salvo quando levam bactérias nocivas ao homem, como tem acontecido. Nem há objeções contra o empenho comercial ao apregoar a palavra "orgânico" para cativar a preferência do consumidor. Agora, dizer que o alimento "orgânico" é melhor para a saúde ou que se conserva melhor, ou ainda que tem melhor paladar, isso é demais, por não corresponder à realidade. Mesmo porque ninguém é capaz de distinguir, quer química quer sensorialmente, o produto oriundo de adubação com ureia de outro que apenas usou cama de frango. Há ainda um aspecto ético a ser considerado: se o emprego de fertilizantes e de defensivos for preterido, a humanidade irá passar fome. Isso envolve um posicionamento eticamente condenável.
Vasco
20/08/2016 - 14:49
Interessante o histórico colocado pelo senhor Cardoso, mas certamente que ele não tem paladar, nunca comeu um mamão plantado na roça da minha avó. A distinção de sabor, consistência e durabilidade de uma fruta orgânica em relação a uma convencional é gritante, não precisa ser cientista para afirmar isso, alias o sr Cardoso é um caso de final dos tempos de um paradigma que destituiu o ser humano de autonomia com relação ao que sente e percebe e o que são valores e leis de equilíbrio da vida, como se o sol pudesse ser recriado em laboratório e mudada a sua rota precisa e relativisada a sua importancia.
|
|
|
|
|