dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     02/05/2024            
 
 
    
Agroenergia  
Projeto investe em palmáceas para produção de biodiesel
Espécies produzem até 10 vezes mais óleo que a soja e Propalma visa o desenvolvimento de cultivos tecnificados permitindo sua exploração em larga escala
Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Da Redação
11/06/2013

O Brasil é hoje o segundo maior produtor mundial de biodiesel, atrás apenas da Alemanha. Segundo Alexandre Alonso Alves, pesquisador em Genética, Genômica e Melhoramento na Embrapa, esse cenário, que não existia há alguns anos certamente se deve em grande parte ao Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), que criou as bases necessárias para a produção e comercialização deste biocombustível no país. Mas para o sucesso do Programa, é necessário um investimento na diversificação de matérias-primas, objetivo principal do Projeto Propalma, liderado pela Embrapa Agroenergia que visa promover o domínio tecnológico de palmáceas selecionadas pela sua densidade energética e distribuição territorial.

— Atualmente, mais de 80% do biodiesel brasileiro é produzido a partir do óleo de soja. Outras matérias primas vegetais, embora de reconhecida importância, não participam com mais de 2% na cadeia produtiva do biodiesel. Esse cenário se deve em boa parte à já implantada estrutura logística da soja e também ao fato desta cultura se basear em sistemas produtivos altamente tecnificados e em grandes áreas — afirma.

No entanto, ele diz que para o sucesso do Plano Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, em longo prazo, será necessário ocorrer a diversificação de matérias primas. Isso porque, com a manutenção do atual cenário e com os crescentes aumentos na mistura mandatória do biodiesel ao diesel de petróleo, previstos no PNPB, será necessário direcionar um maior volume do óleo de soja produzido para a produção de biodiesel.

— Para que essa diversificação possa ocorrer, inúmeras questões técnico-científicas relacionadas não apenas à produção de matéria-prima, mas também à estratégia de seu processamento industrial e integração com cadeias produtivas regionalizadas devem ser resolvidas. A primeira grande questão relaciona-se às espécies ditas potenciais. Ao se considerar que a soja, produz em média 500kg a 600kg de óleo por hectare, fica claro que a incorporação de outras espécies que produzam maior quantidade de óleo por área é uma estratégia bastante interessante do ponto de vista da diversificação das matérias-primas para a produção de biodiesel — explica.

Nesse contexto, surge então o projeto Propalma (Pesquisa, desenvolvimento e inovação em palmáceas para a produção de óleo e aproveitamento econômico de coprodutos e resíduos), assinado em 2010, coordenado pela Embrapa e executado em parceria com Universidades Estaduais e Federais. O projeto visa promover o domínio tecnológico de palmáceas selecionadas pela sua densidade energética e distribuição territorial (macaúba, tucumã, inajá e babaçu) para sua incorporação e utilização como matérias-primas para a produção comercial de óleo e biodiesel.
 
— Essas espécies produzem cerca de 8 a 10 vezes mais óleo por unidade de área que a soja. No entanto, a exploração ainda ocorre por meio de modelos extrativistas sendo necessário o desenvolvimento de sistemas de cultivos tecnificados, que permitem sua exploração em larga escala. Esse é um dos eixos principais do Propalma, pois o projeto prevê estudos que vão de métodos de germinação e propagação, a estudos de consorciamento destas espécies com outras espécies de interesse agroenergético ou ainda espécies forrageiras.

Além disso, o pesquisador conta que o Propalma visa também remover os gargalos tecnológicos para o aproveitamento econômico dos coprodutos e resíduos destas espécies.

— Essas ações visam agregar valor às espécies, tornando-as economicamente mais interessantes e inserindo-as no mercado de produção de agroenergia. O projeto tem ainda o importante papel de buscar inserir as regiões de ocorrência e produção destas espécies na geopolítica de produção de agroenergia. Essas ações em conjunto buscam contribuir com os esforços voltados para a diversificação das matérias-primas para produção de biodiesel — diz.

O projeto na prática


O projeto é financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), que investiu R$ 4,4 milhões nele. Além disso, a Embrapa já aportou, por meio de recursos não financeiros cerca de R$ 1,7 milhão, totalizando um investimento de R$ 6,2 milhões no projeto.

Ele abrange principalmente as regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, mas conta também com a participação da Universidade Federal do Paraná na região Sul. Funciona como uma rede de pesquisa que envolve 9 unidades da Embrapa e 7 Universidades. A liderança cabe à Embrapa Agroenergia e o gerenciamento é feito por um comitê gestor que envolve pesquisadores da Embrapa Agroenergia, Embrapa Cerrados, Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Roraima e Embrapa Meio Norte.

Resultados


— Sobre a macaúba, as análises do óleo da planta mostraram que os níveis de acidez são baixos no momento da colheita do fruto, mas aumentam logo em seguida. O Propalma está buscando formas de armazenar o produto para minimizar esse efeito, uma vez que a baixa acidez é essencial para utilização do óleo na indústria de alimentos. Já se avançou também em áreas como a produção de mudas e resultados muito significativos estão sendo obtidos em temas envolvendo recomendação de adubação, ponto de colheita e características do óleo. Com relação ao tucumã, os trabalhos tiveram progresso na propagação e produção de mudas. Verificou-se ainda que o óleo extraído possui um baixo índice de acidez, o que o torna favorável à produção de biodiesel. Quanto ao babaçu, foram realizadas coletas nos estados do Maranhão e Tocantins para aumentar o banco de germoplasma, que está instalado no Piauí. Resultados promissores também foram obtidos no que concerne à mecanização para quebra do babaçu, por meio do aperfeiçoamento de uma máquina existente — conta o pesquisador.
 
Alves espera que, com o desenvolvimento de sistemas de cultivos tecnificados, a produção da macaúba, do tucumã, do inajá e do babaçu possa ser realizada de modo economicamente viável em larga escala e também segundo modelos de cooperativismo, onde os pequenos produtores poderão em conjunto fazer uso de usinas de beneficiamento ou agroindústrias localizadas próximas à sua propriedade.
 
— Além disso, ao buscar alternativas de aproveitamento econômico para os coprodutos e resíduos destas espécies, espera-se que estas sejam cultivadas não apenas para suprir o mercado de biodiesel, mas também para suprir potenciais mercados de novos químicos de maior valor agregado — explica.

Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa através do número (61) 3448-4433.

http://www.diadecampo.com.br/arquivos/image_bank/especiais/palma_DENTRO_2012571013.jpg
 

Reportagem exclusiva originalmente publicada em 07/05/2012

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
ana maria cavalcanti de brito
12/06/2013 - 21:34
Infelizmente aqui na Paraíba ninguém valoriza a macaúba e vejo aqui em minha cidade de
alagoa Nova situada no brejo Paraibano, Os donos de terras derrubam as macaubeiras por falta de conhecimento. até os professores da UEPb e Embrapa Algodão não dão a mínima importância. Fico triste porque meu esposo elaborou um projeto sobre a macaubeira e foi ignorado em seu TCC, desmotivando-se.È uma pena.

Para comentar
esta matéria
clique aqui
1 comentário

Conteúdos Relacionados à: Agroenergia
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada