dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     03/05/2024            
 
 
    
Pesquisa      
Estudo avalia custos e demanda energética no processo de colheita de forragem
Combustível, depreciação de máquinas e mão de obra deixam alimentação bovina mais cara
Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Esalq
05/09/2012

O Brasil possui atualmente o maior rebanho comercial bovino do mundo com aproximadamente 205 milhões de animais. O impacto econômico deste setor representa pouco mais de 6,5% do PIB, além da sua importância nas exportações e na geração de empregos. “Entretanto, uma das dificuldades enfrentadas é a sazonalidade das forrageiras. Devido à fenologia das plantas e as condições de clima no decorrer do ano, a produção de forragens nas áreas de pastagens é estacional, resultando na necessidade de se conservar alimento para suprir a demanda do rebanho”, aponta o engenheiro agrônomo Carlos Amaury Zanelli de Souza. No programa de Pós-graduação em Máquinas Agrícolas, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), o pesquisador desenvolveu uma avaliação econômica e energética da colheita de forragem para alimentação suplementar bovina. “A silagem é uma das alternativas na conservação de forrageiras e sua qualidade depende, entre outros fatores, do processo de colheita, no qual eficiência e agilidade são proporcionadas pela mecanização”, lembra o autor da pesquisa, que teve orientação de Thiago Libório Romanelli, professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB).

O pesquisador considera que o planejamento e conhecimento do sistema de colheita das culturas destinadas à silagem ou fornecimento in natura tornam-se indispensável para o sistema de pecuária bovina. “Esta busca por menores custos e obtenção de melhorias ao sistema produtivo, pode ser alcançada pela implantação de processos de gestão e administração empresarial”. Sendo assim, continua Carlos Amaury, “devido aos altos custos dos sistemas produtivos agrícolas, as operações mecanizadas representam um ponto estratégico para o desenvolvimento de técnicas de otimização econômica e redução do gasto energético”.

Milho e cana – Com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o estudo foi conduzido nos municípios de Piracicaba (SP) e Castro (PR), em áreas de produção de milho e cana-de-açúcar, com o objetivo de avaliar o desempenho econômico e energético de quatro conjuntos mecanizados. O primeiro conjunto avaliado foi um trator com potência de 55,2 kW e uma colhedora de forragens de arrasto com capacidade de colher uma fileira; o segundo observou um trator com potência de 62,5 kW e  uma colhedora com capacidade de colher duas fileiras; no terceiro cenário foi avaliado uma colhedora autopropelida com potência de 334,6 kW e plataforma com 6 metros de comprimento e, finalmente, foi avaliado o desempenho da colheita de cana-de-açúcar a partir da utilização de um trator com potência de 91,4 kW e uma colhedora com capacidade de colher 1 fileira da cultura. “Calculamos parâmetros de ordem econômica como o custo/horário, operacional e o custo de biomassa colhida, assim como determinamos a demanda energética para a colheita dessas forrageiras”, explica o agrônomo.

Em relação à composição do custo para as máquinas tracionadas, o combustível foi o componente com maior participação, seguido pela depreciação. Já para a máquina autopropelida houve uma inversão, pois a depreciação foi o maior componente do custo horário. O custo da tonelada de biomassa colhida pela colhedora autopropelida apresentou menor custo em relação a todas as outras. “Em síntese, o componente com maior participação na demanda energética, para os quatro conjuntos mecânico avaliado foram pela ordem, combustível, seguido pela depreciação e mão de obra”.

Pontos críticos – A partir dos resultados, a pesquisa apresenta uma análise de sensibilidade para determinar quais os parâmetros mais críticos. Na avaliação econômica, o valor inicial das máquinas foi quesito mais sensível à variação no custo horário da colheita. “Para todos os conjuntos mecanizados avaliados houve um aumento de 4,30% a 7,16% no custo final, portanto esse parâmetro necessita de maior atenção”, aponta Carlos Amaury. Os itens relacionados com consumo de combustível também foram bastante sensíveis à alteração, com variação entre 3,69% a 4,30%, enquanto que os juros apresentaram variação de 1,51% a 2,69% no custo da colheita. As variáveis vida útil e valor final apresentaram redução no custo horário da colheita. O fator mais relevante, para a redução do custo foi o aumento na vida útil do maquinário, com redução de 1,61% a 3,01%. O valor final das máquinas reduziu o custo na ordem de 0,46% a 0,79%.

Com relação à demanda energética para colheita de forragens, o aumento de 10% na capacidade de campo operacional proporcionou uma redução de 9% na demanda energética. “A vida útil também é importante para baixar a demanda energética, porém menos relevante, com redução em torno de 0,8% da demanda energética”, explica. O consumo de combustível foi o item mais relevante na demanda energética para colheita mecanizada de forrageiras e um aumento de 10% no consumo aumentou em torno de 9,0% a demanda energética, Alterando-se o peso houve um aumento em torno de 0,9% na demanda energética para as alternativas avaliadas. 

Sobre os benefícios do estudo para o setor pecuarista, Carlos Amaury ressalta que, normalmente, o custo de máquinas na pecuária é tratado como uma “caixa preta” e que buscou, com seu trabalho, mapear pontos críticos e avaliar a questão energética para a sustentabilidade da colheita de forragens. “O melhor entendimento do custo econômico e da demanda de energia dos principais sistemas de colheita de forragens (milho e cana-de-açúcar) proporcionará suporte técnico aos produtores, permitindo assim nível de gerenciamento mais apurado das atividades relacionadas à mecanização agrícola em sistemas pecuários”, conclui.

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Ainda não existem comentários para esta matéria.
Para comentar
esta matéria
clique aqui
sem comentários

Conteúdos Relacionados à: Forrageiras
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada