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Controle Biológico    
MIP para controlar Helicoverpa armigera e mosca-branca
Helicoverpa armigera, principal praga da cultura do algodão na Austrália, África e Ásia, já está em 21 estados brasileiros, e a mosca-branca já é conhecida em todo o Brasil
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Henrique de Oliveira, Embrapa Arroz e Feijão
31/07/2013

Responsável por 63,25% de toda a produção de algodão no Brasil e 40,81% do total de grãos aqui produzidos, sendo 20,84% da produção de feijão, o Centro-Oeste tem importância vital no equilíbrio econômico do País. E esse fator torna o momento da agricultura da região e de todo o Bioma Cerrado em um grande desafio para produtores e para a pesquisa brasileira, dado aos ataques de insetos nocivos à atividade agrícola.

Os surtos populacionais de Helicoverpa armigera, principal praga da cultura do algodão na Austrália, África e Ásia, e que aparece agora já em 21 estados brasileiros, e a mosca-branca ou Bemisia tabaci, já conhecida dos pesquisadores do País, transmissora do vírus do mosaico dourado, que assola lavouras de feijão, se não controlado, são duas das principais pragas a serem combatidas nesse caso.

Na safra 2012/13, nessas regiões, os danos causados pelo inseto atingiram 69% da produção, com R$1,7 bilhões de perdas no feijoeiro e soja

Considerada quarentenária, nomenclatura atribuída a pragas que não são originariamente do País, a Helicoverpa armigera é de difícil manejo e apresenta grande capacidade de resistência a inseticidas utilizados em seu controle. Em função das condições climáticas favoráveis que encontrou no País e de sua grande capacidade de dispersão a longas distâncias, a praga já se tornou o maior problema fitossanitário das principais culturas de verão de todas as regiões produtoras do Brasil.

Quanto à mosca-branca, além do alto potencial reprodutivo (uma fêmea pode colocar até 300 ovos), ela se alimenta de mais de 600 plantas e a gama de hospedeiras tem aumentado no decorrer do tempo, fato atribuído, entre outras razões, ao uso de práticas agrícolas de monocultivo irrigado. Em decorrência da alta incidência da praga na cultura do feijoeiro comum, bem como sua alta população nas lavouras de soja de sequeiro, de algodão, tomate e hortaliças, nas regiões no Distrito Federal, Goiás e Noroeste de Minas Gerais, a Embrapa Arroz e Feijão recebeu solicitação de técnicos representantes do setor produtivo de diferentes instituições ligadas ao setor agrícola, para criação de um Grupo de Trabalho, com o objetivo de estabelecer diagnóstico técnico e propor ações e providências para a convivência e controle da mosca-branca no sistema produtivo.

A solução proposta para o momento é o Manejo Integrado de Pragas – MIP, uma tecnologia desenvolvida em parceria pela Embrapa e outras instituições, que adota uma série de técnicas contra insetos nocivos às lavouras, dentre os quais Helicoverpa armigera e mosca-branca. As estratégias de MIP incluem o controle biológico, controle cultural, controle genético (resistência de plantas a insetos), controle comportamental e controle químico.

Especificamente para a redução populacional da H. armigera, segundo José Ednilson Miranda, entomologista do Núcleo do Cerrado da Embrapa Algodão, que atua na Embrapa Arroz e Feijão, essas diversas estratégias devem ser adotadas em todas as lavouras de cada região produtora. “A adoção plena do Manejo Integrado de Pragas é condição sine qua non para a redução populacional dessa e de outras pragas-chaves das culturas, de modo que a produção agrícola da região continue sendo economicamente viável”, afirma Miranda.

Segundo a entomologista, pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão, Eliane Quintela, nuvens da mosca-branca têm sido observadas no Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraná, Mato Grosso e Goiás. Na safra 2012/13, nessas regiões, os danos causados pelo inseto atingiram 69% da produção, com R$1,7 bilhões de perdas no feijoeiro e soja. “Foram estabelecidas várias ações emergenciais para o manejo integrado da mosca-branca, com ênfase no vazio sanitário para o feijoeiro comum, que ficou estabelecido para o Distrito Federal e os municípios do Noroeste de Minas Gerais”, informa Eliane Quintela. Os municípios mineiros incluídos na ação foram: Arinos, Bonfinópolis de Minas, Brasilândia de Minas, Buritis, Cabeceira Grande, Chapada Gaúcha, Dom Bosco, Formoso, Guarda-Mor, João Pinheiro, Lagoa Grande, Natalândia, Paracatu, Riachinho, Unaí, Uruana de Minas, Urucuia e Vazante.

O MIP considera a utilização de todas as técnicas agronômicas adequadas para reduzir as populações de praga e mantê-las em níveis abaixo daqueles que causam dano econômico. Essa filosofia visa garantir a sustentabilidade da cultura ao longo dos anos, a diminuição do custo e o aumento da qualidade da produção. Pelo MIP, é fundamental que os técnicos das fazendas tenham noções de biologia, ecologia e comportamento das pragas. Aliados a esses conhecimentos, a interpretação da situação fenológica e nutricional das plantas e sua interação com as condições do ambiente fornecem subsídios para a tomada de decisão no controle das populações de insetos-praga. O monitoramento eficiente e constante da lavoura é fator determinante para que as várias estratégias de controle possam ser utilizadas em tempo hábil.

Técnicas adotadas no MIP
Entre as medidas de controle biológico, destacam-se a preservação do complexo de inimigos naturais presentes no agroecossistema (controle biológico natural), por meio do uso criterioso de inseticidas seletivos, e liberações inundativas de inimigos naturais nas lavouras (controle biológico aplicado).

Para as ações de controle cultural, destaca-se a observação, em caráter obrigatório, de período de ausência de hospedeiros da praga, os chamados vazios sanitários. Ações nesse sentido estão previstas para o algodão, no segundo semestre de 2013 e início de 2014, em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Distrito Federal.

Já o controle comportamental consiste na utilização de dispositivos com feromônios específicos para o monitoramento da chegada da praga nas lavouras, auxiliando na tomada de decisão de seu controle.

Finalmente, o controle químico, que deve ser utilizado com critério, somente após a observação de níveis populacionais que causem dano econômico, rotacionando-se grupos químicos e utilizando-se produtos seletivos aos inimigos naturais.

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Rohger Castilhos
02/08/2013 - 12:01
As recomendações de manejo para o sistema são as mesmas de problemas anteriores como cancro da haste, nematoides, Pseudoplusia, ferrugem. Rotação de culturas, rotação de ativos, controle de plantas tigueras (principalmente nas margens das estradas), entre outras. A novidade nas recomendações é o controle biológico, que pelo jeito, assusta mais do que a lagarta. Falam de Bacillus thuringiensis pensando em OGM's, errado! Plantar Bt não é controle biológico. Nomurea rileyi, é um mistério, alguns até já ouviram falar. Outro ponto que notei nas reuniões que participei, foi o total e irrestrito apoio à tecnologia OGM's por parte dos técnicos. Esta cegueira é mais danosa do que a Helicoverpa ou qualquer outra praga. "A unanimidade é burra" (Nelson Rodriguês). A unanimidade capa nossa capacidade criativa e limita nossas ações. Sugiro que comecemos a buscar soluções questionando o "inquestionável".

egidio quintal
02/08/2013 - 22:12
Os comentarios de Rohger Castilhos e interessante, as Helicoverpas vem atuando a tempo causando grandes prejuizos. A questao colocada merece atençao e os pesquisadores devem atentar para o tem

Carlos Henrique Castro Alves
03/08/2013 - 20:54
Por favor quando escreverem estes textos publiquem qual e o controle biológico ele não é propaganda de empresa. Controle biológico é de grande importância para a qualidade dos produtos.

nina risso
08/08/2013 - 11:36
Gostaria que fizessem algum comentário sobre a possibilidade do aumento populacional de ácaros nessas culturas devido à forésia com as moscas.....obrigada.

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4 comentários

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