Anelise Macedo, Embrapa Hortaliças 02/09/2014

Demandas por parte do setor produtivo junto às prefeituras de Marechal Floriano e Domingos Martins, no Espírito Santo, relacionadas à produção de mandioquinha-salsa, levaram a Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) a promover, em parceria com a Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural) e com a Secretaria de Agricultura de Domingos Martins, ações de transferência de tecnologia em áreas plantadas com a hortaliça. Essas áreas vêm sofrendo crescente redução, refletida, por exemplo, na diminuição da área cultivada, praticamente a metade dos 1000 hectares de anos anteriores. Para contribuir para o resgate da cultura no estado, quarto lugar entre outros estados produtores, o pesquisador Nuno Madeira cumpriu agenda, no final do mês de agosto, envolvendo visitas a lavouras e a unidades demonstrativas e também dois minicursos, em duas comunidades de Domingos Martins.

De acordo com o pesquisador, as visitas incluiram áreas de produção de mudas nas unidades demonstrativas, cujo plantio seguiu as tecnologias das Boas Práticas Agrícolas, conjunto de tecnologias que são utilizadas visando a obtenção de materiais com qualidade fitossanitária. Esses materiais alcançaram ótimos resultados no campo, uma realidade que remete, por sua vez, à questão dos problemas enfrentados pelos produtores que utilizam mudas sem esse "certificado de qualidade". Segundo Madeira, o problema com a produção da mandioquinha não diz respeito tão somente à questão das variedades, até porque o material plantado é o mesmo – cultivar Amarela de Senador Amaral, lançada pela Embrapa Hortaliças em 1988 e a mais plantada no País. "A variedade é a mesma, mas a diferença é que o material sadio tem o manejo para produção de mudas e não o manejo para produção de batatas", acentua.

"A questão tem muito a ver com a informação e os minicursos com os produtores, que devem atuar como agentes multiplicadores, vão destacar a importância da qualidade do material - se o produtor continuar utilizando muda de qualquer lavoura, sem a preocupação de saber se naquela área, por exemplo, existem problemas com nematoides, pragas e doenças, e utilizar esse material propagativo, os problemas vão só aumentar e se perpetuar", sentencia Nuno.

Juntamente com a validação do material plantado sob as condições das Boas Práticas Agrícolas, duas novas variedades de mandioquinha-salsa, plantadas em maio último em unidades demonstrativas, foram pré-avaliadas, já que a validação final e o respectivo lançamento estão previstos para ocorrer apenas em 2015.

Parceria
O pesquisador cumpre no Espírito Santo, desta vez no período de 02 a 05 de setembro, mais um compromisso de trabalho, ao participar da Semana Tecnológica do Agronegócio (STA), promovida pela Coopeavi – Cooperativa Agropecuária Centro Serrana, em Santa Maria de Jetibá, maior polo de olericultura da região capixaba. Na sede da cooperativa, vai proferir palestra sobre a tecnologia do Sistema Plantio Direto (SPD) e participar de reuniões com pesquisadores e técnicos da Incaper e do Instituto Federal do Espírito Santo – IFES. "A ideia é estreitar as parcerias com essas instituições e avançar mais em projetos conjuntos", define.