dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     26/04/2024            
 
 
    
Máquinas e Equipamentos      
Cultivo mecanizado da mandioca é oportunidade para melhorar produtividade no Amapá
Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Dulcivânia Freitas, Embrapa Amapá
21/08/2015

A Embrapa iniciou, no estado do Amapá, uma programação inédita para apresentar o uso de equipamentos de mecanização do cultivo da mandioca a agricultores, extensionistas rurais e gestores públicos. No último sábado, 15/8, foi realizada a segunda demonstração prática dos implementos agrícolas em área de campo. A plantadora e o afofador funcionam atrelados a um trator de médio porte e oferecem a vantagem de ampliar significativamente a produtividade quando comparado com o método manual. A mecanização é a chance de o Amapá avançar na inclusão tecnológica e ao mesmo tempo garantir qualidade de vida ao agricultor de base familiar. A orientação de uso da plantadora e da colheitadora fez parte da programação do "Dia de Campo sobre Mecanização da Cultura da Mandioca no Sistema de Produção Integrado (PPI)", realizado na comunidade Salamito, distrito de São Joaquim do Pacuí (Macapá,AP), organizado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Amapá (Rurap) em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) e Embrapa.

Além das equipes técnicas, também atuaram no Dia de Campo o chefe-geral e o chefe de transferência de tecnologias da Embrapa Amapá, Jorge Yared e Nagib Melém, respectivamente. O Dia de Campo no Salamito foi dividido em quatro estações: escolha e seleção da maniva; o sistema de produção integrada – manejo e conservação do solo; a apresentação do sistema de produção integrado – tipos de arranjos; e a mecanização e máquinas. Na ocasião, os extensionistas dlo Rurap que atuam na região do Pacuí receberam publicações da Embrapa para auxiliar nas atividades que promovem a inclusão tecnológica dos agricultores.

O engenheiro agrônomo Gustavo Castro e o assistente Claudeci Trindade demonstraram aos participantes o funcionamento dos equipamentos, suas vantagens e benefícios. Também responderam às perguntas dos produtores e extensionistas. Os equipamentos representam uma novidade para auxiliar os pequenos produtores do Amapá. São dois implementos, um para o plantio e outro que auxilia na colheita da mandioca, aumentando a produção e reduzindo tempo e esforço físico do agricultor. "A padronização obtida na lavoura após o plantio feito de forma mecanizada, é um dos fatores do aumento da produtividade. Quando feito por meio da enxada, no método manual, é comum ocorrer desníveis na adubação. Com esses implementos, o agricultor consegue distribuir os fertilizantes e plantar as manivas de maneira uniforme numa mesma área e com isso garantir melhor produtividade", acrescentou Gustavo Castro. Para o agricultor Dionísio das Neves Tavares, 65 anos, representa também o alívio para as dores no corpo dia após dia. Nascido e criado no Pacuí, foi a primeira vez que ele conheceu os equipamentos de mecanização do cultivo da mandioca. "Eu nem sabia que existiam essas máquinas. Acho que o momento agora é unirmos as forças e união para melhorar a vida de todos. Aqui, produzimos muita mandioca e farinha, mas precisamos melhorar a produção para o mercado e para a nossa vida", afirmou o produtor, que dedica-se ao cultivo da mandioca na comunidade Cantanzal, distrito de São Joaquim do Pacuí.

A comunidade escolhida para o Dia de Campo foi o Salamito, uma das 26 que formam o produtivo distrito rural de São Joaquim do Pacuí. Por meio da mobilização de um pequeno "exército", os órgãos estaduais viabilizaram transporte e alimentação para cerca de 90 agricultores familiares que começaram a se aglomerar cedo no centro social do Salamito. Muitos estavam acompanhados de filhos menores ou netos, formando um ambiente de personagens que têm desde cedo suas vidas entrelaçadas com o universo da agricultura. Por falar em Salamito, trata-se de uma homenagem ao apelido do saudoso produtor Raimundo Quaresma, que migrou do arquipélago do Bailique (Macapá-AP) para o Pacuí e deixou um legado de dedicação ao uso da terra para a produção de alimentos. A atual presidente da Associação dos Moradores e Trabalhadores Agropecuários da Comunidade de Salamito do Pacuí, Deusarina Quaresma, é herdeira do amor à terra e, por isso, almeja melhores condições de trabalho para todos. "O cultivo da mandioca é sofrido, principalmente no verão, quando a terra fica mais dura. Com essas máquinas vai facilitar bastante nossa vida e poderemos plantar e colher mais, e melhorar a vida dos produtores, afirmou Deusarina, que pretende mobilizar os agricultores da região para adquirir os equipamentos.

A equipe da Embrapa ressaltou que, antes da semeadura, o procedimento adequado é recolher uma amostra do solo para análise da fertilidade, que pode ser feita no laboratório da Embrapa. "Esta etapa é importante para o agricultor saber exatamente quanto de calcário, por exemplo, precisa acrescentar no solo a ser cultivado. É o primeiro passo para um bom cultivo, é quando preparamos a ‘cama' do plantio", explicou Gustavo Castro. Em seguida, os participantes conheceram o equipamento chamado de grade, que é acoplado a um trator de médio porte e com capacidade para incorporar fertilizantes no solo de um hectare (por exemplo) no tempo de duas horas, enquanto no manual o mesmo serviço tem duração de oito a 10 dias. Na sequencia, estava a plantadora de mandioca, que realiza operações complexas, como abrir a linha de cultivo, depositar o adubo, cortar a maniva e fechar a linha de cultivo. "Para uma operação bem-sucedida, é preciso um tratorista e dois auxiliares capacitados. Estes precisam ter o cuidado de ir colocando as manivas dentro do recipiente. A maniva não pode ser torta, o ideal é que seja mais reta possível", completou o assistente Claudeci Trindade. De acordo com os técnicos da Embrapa, o agricultor tem autonomia para definir o tamanho da maniva que pretende semear, e a máquina se encarrega de fazer o corte perfeito. Gustavo Castro destacou que, "um dos maiores benefícios é que, devido este implemento ser feito de duas linhas, o produtor pode plantar até 5 hectares em meio dia. Enquanto no trabalho manual, no bico da enxada, é preciso umas 10 pessoas para plantar em um dia". Com relação ao afofador, trata-se de um implemento que elimina totalmente o esforço de arrancar, com as próprias mãos, a mandioca do solo. O equipamento tem um formato parecido com asa delta, mas acoplado por baixo da terra, em esquema de subsolador. A haste alcança uma profundidade maior do que a raiz da mandioca, fazendo tremer o solo e expondo as raízes para a superfície do solo. "Isso torna a operação de colheita mais fácil e menos sofrida para o agricultor", observou Castro.

O que os gestores do Rurap e da SDR mais almejam é o interesse e participação ativa dos agricultores. "Este fator é muito importante para melhorar a produtividade da nossa agricultura e, em particular, do cultivo da mandioca no Amapá. O secretário de Desenvolvimento Rural, Osvaldo Hélio Dantas defende que o acesso aos equipamentos precisa ser planejado de forma associativa, eles devem ser organizar para obter financiamento por linhas de créditos específicas para a agricultura familiar ou outras fontes, como a Conab por exemplo. Em média, um kit de plantadora e afofador para mandioca custa R$ 40 mil. "A mandioca é a poupança da agricultura familiar no Amapá, só perde para um produto do extrativismo que é o açaí. Então, temos possibilidade concreta de mecanizar essa produção, porque é decisão do Governo do Estado facilitar esse acesso", acrescentou o secretário.

A diretora da Escola Família Agrícola do Pacuí, Bianca Rigamonti, que esteve presente no Dia de Campo, salientou que chegou a hora de mobilizar-se para adquirir os equipamentos. "Vamos discutir com os integrantes da associação mantenedora da escola qual fone buscaremos, temos opções de fundo do próprio governo do Estado e também de uma empresa privada de grande porte que anunciou a possibilidade de colaborar conosco a fundo perdido", afirmou a diretora da Escola, que é uma das referências em educação no campo na região Norte. O diretor-presidente do Rurap, José Maria Damarsso, que atua na extensão rural há 37 anos, fez referência à mecanização do cultivo da mandioca no Amapá como uma alternativa concreta para vencer um grande desafio: melhorar a produtividade e fazer inclusão tecnológica. A mandioca está em primeiro lugar entre os produtos agrícolas produzidos no Amapá. Dados do IBGE de 2014 apontam uma produção de 160 mil toneladas, colhidas em uma área de quase 15 mil hectares. Os dois equipamentos são adequados para o Sistema Bragantino, uma tecnologia inovadora desenvolvida pela Embrapa para produção agrícola de alimentos na Amazônia. O Sistema Bragantino é aplicado no Amapá desde 2007 e serve de referência tecnológica para o financiamento estadual dos agricultores familiares do estado.

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Ainda não existem comentários para esta matéria.
Para comentar
esta matéria
clique aqui
sem comentários

Conteúdos Relacionados à: Notícia
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada