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Biodiversidade      
Agroextrativismo no Cerrado: muito disseminado, mas ainda pouco reconhecido
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Fernanda Diniz, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
21/09/2015
O agroextrativismo é a união de práticas agrícola sustentáveis, de baixo impacto e alto valor social, com a extração de produtos nativos. Surgida como complemento ao extrativismo, essa atividade tem enorme potencial socioeconômico, cultural e ambiental para o bioma Cerrado, já que alia geração de renda à restauração de áreas degradadas e desmatadas. Mas ainda é pouco reconhecida e enfrenta preconceito por parte da sociedade, como afirmou o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Aldicir Scariot, durante palestra apresentada no dia 18 de setembro no seminário "Bioma Cerrado: normas de conservação e uso sustentável", que aconteceu no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados.
 
O evento foi promovido pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara federal, Frente Parlamentar Ambientalista e Ecodata e reuniu representantes de instituições públicas e privadas e organizações não governamentais para discutir critérios para a elaboração de normas de proteção do bioma e debater atividades alternativas que possam fomentar a economia regional com o apoio das comunidades agroextrativistas e agricultores familiares da região.
 
O pesquisador Aldicir Scariot foi um dos palestrantes do painel temático "Oportunidades e desafios do agroextrativismo sustentável no Cerrado", do qual participaram também: o superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Cleber Ávila Ferreira; e o Secretário Executivo da Cooperativa Central do Cerrado, Luis Carrazza.
 
Oportunidades e desafios do agroextrativismo sustentável no Cerrado
Segundo Aldicir, o agroextrativismo não é só a extração, mas sim a organização do processo de produção, utilizando as plantas nativas do cerrado e cultivando plantas adaptadas à essa região. "Mas, infelizmente, apesar de muito disseminado, ainda é pouco reconhecido, especialmente pela visão preconceituosa de grande parte da sociedade", afirmou.
 
É uma prática de enorme potencial econômico, ambiental, cultural e social, que agrega o conhecimento científico dos pesquisadores que atuam em prol desse bioma com o saber tradicional dos guardiões da biodiversidade.
 
O principal pilar do agroextrativismo sustentável é o manejo sustentável de espécies nativas desse bioma. Ele destaca alguns resultados concretos nesse sentido, como o replantio do coquinho azedo, a valorização do baru e o manejo do bacuri. Essas conquistas são decorrentes de anos de estudos em prol do Cerrado, desenvolvidas pela Embrapa e outras instituições públicas e privadas de pesquisa e ensino, com o apoio dos agroextrativistas dessa região.
 
Por outro lado, o agroextrativismo sustentável ainda enfrenta uma série de gargalos, entre os quais destacam-se: o baixo investimento em ciência e tecnologia, a inexistência de dados quantitativos e a falta de capacitação adequada dos agentes envolvidos.
 
Como oportunidades para fortalecer o agroextrativismo sustentável no Cerrado, Aldicir ressalta a ampliação da participação de agroextrativistas, a manutenção das comunidades no campo e o investimento em tecnologias simples e de baixo custo. "Neste momento, não é viável adotar tecnologias de ponta das áreas de biotecnologia e nanotecnologia, por exemplo. Precisamos investir em tecnologias mais acessíveis aos agricultores da região", enfatizou.
 
"O nosso maior desafio hoje é conservar o que resta do Cerrado (mais da metade do bioma já foi desmatada). Fazer com que os agroextrativistas saiam da invisibilidade. Dar voz a eles. Precisamos mostrar à sociedade que práticas agrícolas e sustentabilidade não são antagônicas. Muito pelo contrário. O homem fez, faz e sempre fará parte do ambiente", ressaltou o pesquisador, lembrando que para isso, é fundamental investir em políticas públicas e em práticas alternativas de manejo.
 
Aldicir citou algumas iniciativas governamentais positivas em prol do Cerrado, que resultaram na comercialização de 385 itens nativos desse bioma, com consequente geração de renda e empregos para as comunidades locais. São elas: a Política de Garantia de Preço Mínimo para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPMBio), Programa de Aquisição de Alimento (PAA); Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica – PNAPO.
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