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As variações climáticas são uma das principais vilãs na agricultura. Chuva, sol, vento e mudanças bruscas de temperatura respondem por grande parte das doenças que atacam as plantações. Na tentativa de se defender desses problemas, produtores investem na aplicação de agroquímicos. Porém, o tempo também influencia, e muito, na aplicação e no efeito satisfatório dos defensivos.
“Umidade e temperatura são os principais fatores climáticos que interferem na tecnologia de aplicação dos agroquímicos. Além disso, a precipitação também é preocupante, pois, dependendo do número de horas que o produto leva para ser absorvido, a chuva pode lavá-lo e diminuir, ou até retirar, todo o efeito dele sob a planta”, explica Claudia Godoy, pesquisadora da Embrapa.
Para garantir a eficácia dos produtos, Claudia conta que há um horário recomendado para a aplicação, que, na parte da manhã, vai até 10h e, na parte da tarde, começa às 16h. Esse horário só se torna maleável quando o tempo colabora e a temperatura fica mais amena, com a umidade relativa do ar alta, o que forma a condição ideal para a aplicação e ação do produto.
Entretanto, os agricultores do Sudeste, região que mais comercializa agroquímicos, conforme dados do IBGE, devem estar atentos aos boletins agrometeorológicos da Climatempo. De acordo com o meteorologista, Alexandre Nascimento,todos os estados do Sudeste terão temperaturas acima do normal: “Agricultores do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo deverão se preocupar mais, pois esses estados poderão ser os mais quentes. A anomalia pode ser de mais ou menos 3ºC acima da normalidade”. Essa temperatura mais alta pode impactar o horário de aplicação dos agroquímicos e até diminuir o período de horas recomendável.
Quanto à precipitação, o Norte de Minas Gerais e o Espírito Santo não precisam se preocupar, pois o meteorologista diz que “chove menos nestas localidades”. Mas, em São Paulo, que é o maior consumidor de defensivos agrícolas do país, a situação é diferente. “Nesse estado, as frentes frias conseguirão chegar com mais facilidade e, por isso, chove mais, o que o tornará o estado mais chuvoso do Sudeste”, diz Alexandre.
Os próximos dois meses ainda serão muito quentes e com pouca chuva no Espírito Santo. Isso por causa da presença do fenômeno El Niño que faz com que as frentes frias fiquem bloqueadas, na maior parte do tempo, sobre o Sul do Brasil. Em todas as regiões do Espírito Santo nós teremos picos de calor, semelhantes aos de setembro, nos próximos dois meses. Como as frentes ficarão bloqueadas, a chuva deve ficar bem abaixo do normal, completa o meteorologista da Climatempo.
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