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Controle Biológico      
Pesquisa participativa ajuda no controle biológico no Rio
Projeto baseia-se na experiência participativa entre instituições de pesquisa e extensão rural com produtores
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Andreia Constâncio, Programa Rio Rural - Região Serrana
04/12/2015
 
A implantação de uma Unidade de Pesquisa Participativa (UPP) em Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, está garantido aos agricultores e consumidores produtos de mais qualidade. Desde março de 2015, o controle biológico contra doenças fungicas vem apresentando bons resultados nas microbacias do Caxambu e Bonfim.
 
O técnico da Emater-Rio e executor do Rio Rural nas duas microbacias, André Azevedo, explicou que o trabalho é desenvolvido em parceria com a Pesagro-Rio, o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio (Iterj), a Associação dos Produtores Hortigranjeiros e Floricultores do Caxambu e de agricultores do Bonfim,  no planejamento, execução e na avaliação dos resultados.
 
Muda à esquerda sem Trichoderma e à direita com
 
“O projeto das UPPs baseiam-se na experiência participativa entre instituições de pesquisa e extensão rural com produtores, para experimentação e adaptação de tecnologia, uso de defensivos alternativos e disseminação de resultados de práticas em controle biológico de lavouras de hortaliças. Em breve, esperamos desdobrar este trabalho para as demais microbacias de Petrópolis”, explicou.
 
O trabalho de controle biológico consiste em duas ações paralelas: na aplicação do fungo Trichoderma através da pulverização -  ou “vacinação”, como o técnico gosta de citar - de mudas de hortaliças folhosas; e na utilização deste mesmo agente de biocontrole a nível de campo (cultivo no solo - canteiros). O objetivo é o controle do mofo cinzento (Botrytis cinerea), do mofo branco (Sclerotina sclerotiorum e S. minor), do Fusarium (Fusarium oxysporum f. sp. Lactucae) e da Rhizoctonia;
 
“Utilizamos o Trichobio produzido pela Agribio Defensivos Alternativos, uma empresa incubada na UFRRJ, com apoio da Pesagro-Rio. Identificamos as principais doenças e seus agentes, e iniciamos o trabalho de vacinação junto com os agricultores, que nos auxiliam no monitoramento dos resultados”, completou André Azevedo.
 
Agricultores apoiam pesquisas e elogiam resultados
Para o agricultor José Arthur Martins Diniz, que trabalha com a venda de mudas no Caxambu há 13 anos, o trabalho da UPP na microbacia está gerando resultados altamente positivos. “No inverno, eu perdia muitas mudas. Na horta, com o mofo branco, e na estufa, com o mofo cinza. Com a pulverização e o acompanhamento dos técnicos não temos mais este problema aqui. As mudas estão com raízes mais fortes e os produtos acabam ficando mais bonitos e maiores, porque o efeito secundário deste trabalho garante uma melhor absorção da adubação”, comentou José Arthur.
 
O trabalho realizado com o produtor José Arthur, acaba afetando positivamente toda a microbacia, já que suas mudas são compradas por grande parte dos produtores rurais da cidade. “O objetivo destas pesquisas é adaptar esta tecnologia à realidade de cada produtor e, desta forma, controlar os fungos em cada microbacia. Desta forma, conseguiremos difundir métodos biológicos alternativos ao controle fitossanitário químico e sintético utilizado rotineiramente nas lavouras”, ressaltou André Azevedo.
 
Na mesma localidade do Caxambu, o agricultor Flávio Loureiro vem nos últimos tempos enfrentando grandes perdas em sua produção. O problema identificado pela pesquisa em seu sítio não tem relação com os mofos controlados com as primeiras pulverizações.
 
“Os sintomas de doença que podemos observar aqui no Sítio Loureiro é a Fusariose ou Murcha de Fusário. Em função do surgimento dessa doença, vamos intensificar o uso do Trichoderma, a fim de controlá-lo, assim como conseguimos controlar manifestação dos Mofos Cinza e Branco”, explicou o técnico da Emater-Rio.
 
A mesma técnica utilizada na microbacia do Caxambu foi implantada na localidade do Bonfim, com mais seis produtores rurais. Lá o trabalho de pulverização é feito a nível de campo com as hortaliças folhosas já crescidas (cultivo no solo - canteiros), e os resultados também são vistos como altamente positivos pelos técnicos e pesquisadores.
 
Para o consultor de Agroecologia do Rio Rural, Eiser Felippe, o trabalho das UPPs acompanhadas pelos agricultores legitimam os resultados em campo e possibilitam que a comunidade também participe do processo, popularizando a prática.
 
“No caso específico desta UPP em Petrópolis, o trabalho que está sendo desenvolvido se reveste de uma importância muito grande, pois o problema de contaminação dos solos é grave em toda a região serrana, devido ao desequilíbrio proporcionado pelas pesadas adubações químicas e agrotóxicos aplicados. Este desequilíbrio só pode ser resolvido com o reequilíbrio do solo proporcionado pelo manejo agroecológico”, concluiu.
 
Trichoderma
O Trichoderma é um fungo habitante natural do solo, que tem a capacidade de se alimentar ou produzir substâncias que inibem o crescimento de diversos patógenos habitantes do solo, como Fusarium, Rhizoctonia e Sclerotinia, este último, a causa do mofo branco.
 
Os efeitos benéficos do Trichoderma para a agricultura quanto à redução de doenças já é conhecido há décadas. No entanto, sendo um organismo vivo, ele precisa de cuidados especiais e monitoramento das lavouras.
 
Pontos favoráveis do uso do Trichorderma nas lavouras
- Tem papel fundamental na nutrição e vigor da planta, gerando nutrientes;
- Capacidade de colonizar bem o sistema radicular e proteger as plantas contra vários patógenos (proteção de doenças);
- É uma das principais estratégias na atualidade para o manejo de doenças em culturas economicamente importantes (combate às pragas);
- Como combate pragas e doenças, contribui para a redução do uso de agrotóxicos e, por consequência, dos danos causados por eles à saúde humana e ambiental (menos agrotóxicos); 
- Por reduzir químicos, polui menos e gera uma produção sustentável (sustentabilidade); 
- Por ser um controle natural, o Trichoderma não deixa resíduos nos alimentos (sem resíduos);
- Pode ser utilizado no tratamento de sementes, evitando que doenças atinjam as plantas nesse estágio (sementes mais saudáveis).
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