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Programa Rio Rural
12/02/2016
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Os produtos orgânicos estão cada vez mais presentes na alimentação, seja em refeições caseiras ou nos cardápios de restaurantes. Nos últimos dez anos, a venda mundial de orgânicos cresceu 157%, segundo relatório sobre tendências na agricultura global realizado pelo Instituto de Pesquisa em Agricultura Orgânica (FiBL) e pela Federação Internacional de Movimentos pela Agricultura Orgânica (Ifoam).
Pioneiro na comercialização de orgânicos cultivados pela agricultura familiar, o estado do Rio de Janeiro foi o berço, da primeira feira de alimentos produzidos de forma sustentável do país, que surgiu há 30 anos em Nova Friburgo, na Serra Fluminense.Além de estimular o consumo desses produtos em todo seu território, o estado prioriza a garantia das características de sua produção orgânica. O controle da qualidade de produtos sem pesticidas e fertilizantes produzidos no Rio é feito pela Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro (Abio), entidade certificadora dos produtos orgânicos no estado.
Parceira da Pesagro-Rio, empresa vinculada à secretaria estadual de Agricultura, a Abio adota o Sistema Participativo de Garantia (SPG), modalidade de certificação que se caracteriza pela responsabilidade solidária entre produtores e consumidores para garantir a qualidade orgânica. Os produtores integrantes do sistema recebem da associação um Atestado de Conformidade Orgânica, com validade de um ano.
Essa certificação, baseada na participação e melhoria constante dos processos de produção e comercialização, representa um diferencial para os agricultores familiares orgânicos, aumentando a confiabilidade de todo o processo. . Um dos mecanismos de controle é a possibilidade de o consumidor exigir a apresentação do documento na hora da compra.
Atualmente, existem 25 grupos do SPG-Abio no estado do Rio, com 350 agricultores orgânicos cadastrados. Todos os produtores que comercializam orgânicos nas feiras devem deixar expostos seus certificados, para que os consumidores tenham a garantia de que os alimentos foram produzidos em conformidade com a agricultura orgânica.
Certificações garantem qualidade
Além do SPG, outra modalidade de certificação é o Organismo de Controle Social (OCS). Trata-se de uma organização formada por grupo, associação ou cooperativa de agricultores familiares, cadastrados em um órgão fiscalizador, que é responsável pela emissão da Declaração de Cadastro. Esse documento também deve estar em local visível nas feiras de orgânicos.
No caso de produtos embalados, o mecanismo de controle mais comum é o selo identificador de produtos orgânicos,. emitido pelo Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica (SisOrg) e impresso nas embalagens.) Criado há cinco anos, o sistema é administrado por cerificadoras credenciadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), do governo federal brasileiro
Em todas as modalidades, a certificação somente é concedida para organizações ou grupos produtivos que seguem integralmente os parâmetros da agricultura orgânica, sem a inserção de agrotóxicos, transgênicos, adubos químicos, fertilizantes ou quaisquer materiais sintéticos, além do destaque para o uso sustentável dos recursos naturais.
A tecnologia na “feira”
Um dos caminhos para aproximar ainda mais os consumidores e os produtores de orgânicos é a aposta em tecnologia. O QR Code (código de barras de leitura ótica, que pode ser lido rapidamente pelos celulares) vem sendo usado para repassar informações sobre a origem dos produtos.
Essa novidade vem sendo testada no Circuito de Feiras Orgânicas da cidade do Rio de Janeiro, coordenado pela Abio. O QR Code também ajuda na disseminação de informações sobre a qualidade dos produtos, bem como na divulgação da produção orgânica fluminense.
Estatísticas
Não existem hoje estatísticas oficiais do Ministério da Agricultura sobre o volume de orgânicos produzidos e comercializados no país, porém, segundo o Organics Brasil, programa ligado à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), esse segmento vem crescendo no Brasil a uma taxa de quase 40% ao ano – índice bem superior às médias registradas nos Estados Unidos e na Alemanha, dois dos maiores mercados de orgânicos do mundo, onde essa cadeia produtiva já está bastante consolidada.
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