dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     26/04/2024            
 
 
    
Máquinas e Equipamentos          
Colheita semimecanizada é solução para safras futuras
Falta de mão de obra levam cafeicultores de Rondônia a procurarem por novas tecnologias e a colheita semimecanizada do café
Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Renata Silva, Embrapa Rondônia
18/07/2016

Os desafios com a falta de mão de obra levam cafeicultores de Rondônia a procurarem por novas tecnologias e a colheita semimecanizada do café canéfora (conilon e robusta) torna-se uma opção vantajosa pela redução de custos e a promoção da qualidade do café colhido. “Esse ano já colhi com a máquina e tive uma redução do custo de 62%. Pra ter uma ideia ano passado precisei contratar 80 pessoas para a colheita e esse ano com uma máquina, trabalhamos com 12”, comemora o cafeicultor Júlio César Mendes, de Nova Brasilândia D’Oeste.

Ele conta que ainda tem mais benefícios. É possível fazer a poda junto com a colheita, reduzindo tempo e sem deixar a planta passar por estresse, assim como possibilita deixar o fruto madurar no pé, já que pode programar melhor o tempo da colheita. “Antes, uma colheita podia levar até 30 dias, a gente não sabia quando poderia contar com as pessoas para colher, e hoje a gente faz com até oito dias, aí pode colher o fruto no tempo certo, sem risco de perder a lavoura e ganhando até mais com isso”, complementa Júlio, que é produtor de café há 17 anos e hoje, com a venda de café com mais qualidade, também afirma estar ganhando até 15 reais a mais por saca na venda. Além disso, ele utiliza a máquina para fazer a colheita de seus vizinhos e também ganha dinheiro com isso. “Já quitei minha máquina”, revela.

Mas o caso do Júlio não é mais isolado. Outros pequenos cafeicultores de Rondônia estão apostando nesta tecnologia. Sozinhos ou em grupos, eles estão adquirindo as máquinas de colheita semimecanizada de café e tornando o processo mais eficiente e lucrativo. O senhor Edimar Flegler, cafeicultor da região de Cacoal, conta que este ano também iniciou a colheita com a máquina, que é de seu cunhado. “Melhorou em vários aspectos: diminuiu o tempo da colheita em mais de 60%; conseguimos colher uma quantidade bem maior de café para poder secar de uma vez, sem deixar ensacado e perdendo qualidade; e a gente pode colher só em família, sem mão de obra de fora”, afirma Edimar. Segundo ele, o desafio agora é conseguir vender o café com um preço maior pela qualidade agregada, o que não está ocorrendo ainda na maioria das regiões.

De olho nos cafeicultores que já estão utilizando a colheita semimecanizada do café, o senhor Milton Caffer quer adotar esta tecnologia para a próxima safra. “O que me chama a atenção é a facilidade da colheita e a redução dos custos. Então, eu estou muito atento este ano para conhecer bem isso para ano que vem colocar na minha lavoura”, comenta. Assim como o senhor Milton, Edimar e Júlio, outros 200 cafeicultores participaram do Worshop de Colheita Semimecanizada de Café Canéfora, realizado no dia 14 de julho, em Ouro Preto do Oeste, para obterem mais informações sobre este processo e verem na prática as máquinas em funcionamento.

Vantagens
O evento reuniu produtores que representam 70% da produção de café em Rondônia e que estão buscando tecnologias e soluções para um dos grandes desafios da cafeicultura, que é a falta de mão de obra, especialmente na colheita. Fator que tem limitado o desenvolvimento da produção, tanto em quantidade como em qualidade. Além de ter acesso às novas informações, eles puderam compartilhar entre si novas técnicas. Foi um momento de grande integração e união de forças de todos os atores institucionais, como Embrapa, Emater-RO, Sebrae, Câmara Setorial do Café e demais entidades que atuam na cadeia produtiva do grão, e até mesmo empresariais em prol de uma mesma causa: o desenvolvimento da cafeicultura de Rondônia. “Além do grande esforço institucional conjunto, as duas principais fabricantes de máquinas de colheita semimecanizada se juntaram, deixando de lado as questões de concorrência e competição, que são naturais no mercado, para oferecer aos cafeicultores opções para a construção de uma cafeicultura com excelência de produção e qualidade”, destacou o pesquisador da Embrapa Rondônia, Enrique Alves.

Apesar de ser estadual, o evento, chamou a atenção de instituições nacionais e até mesmo de outros países, que estão vendo a cafeicultura de Rondônia com grande destaque e potencial para crescer e conquistar mercados ainda maiores e mais exigentes. Este foi o parecer dado pelo diretor-geral da Fundação Neumann, Elio Cruz, que atua em 13 países com o apoio aos cafeicultores para uma produção mais sustentável. Ele conta que havia uma imagem negativa do café do estado e que isso está mudando. “As notícias que temos hoje do café de Rondônia são as melhores possíveis, despertando curiosidade do mercado e de instituições da área. Eu vim conferir de perto e vejo que é ainda melhor do que estão falando, Rondônia está se tornando referência”. Para Cruz, é resultado da união dos atores da cafeicultura do estado numa mesma linha de atuação. “Saio de Rondônia com uma excelente impressão e vou compartilhar todo o potencial da cafeicultura daqui. Se o Espirito Santo não se cuidar, vai perder o primeiro lugar na produção do café para Rondônia”, conclui, com risos, o capixaba Elio Cruz.

O Workshop foi dividido em duas partes, pela manhã os participantes assistiram palestras e puderam questionar e participar ativamente do debate sobre os desafios e perspectivas da cafeicultura de café canéfora no Brasil e no mundo; o manejo da poda do cafeeiro visando a renovação da lavoura e a colheita semimecanizada; e apresentação das operações com colheita semimecanizada em Rondônia. À tarde, foram a campo ver de perto o funcionamento dos dois modelos de máquinas para a colheita e muitos deles já saíram do local com proposta pré-agendada de compra de máquinas. O que demonstra que se trata de uma tecnologia acessível e viável ao pequeno produtor. Vale reforçar que a cafeicultura em Rondônia é de base familiar, contando com cerca de 23 mil pequenos produtores, que tornam o estado de Rondônia o quinto produtor de café do país e o segundo da espécie canéfora.

Sobre o acesso às máquinas de colheita semimecanizada de café, o gerente técnico da Emate-RO, Janderson Dalazen, afirma que muito produtores de Rondônia estão começando a trabalhar com esta tecnologia e que existem linhas de crédito que facilitam a aquisição do equipamento. “Há possibilidade de crédito rural, produtores do estado já estão financiando e quem tiver interesse pode procurar a Emater, buscar orientações, fazer o projeto de crédito para adquirir a máquina, reduzindo custos e melhorando a qualidade do café produzido”, informa.

Colheita semimecanicada do café conilon e robusta
As máquinas recolhedoras e trilhadoras do café são baseadas no sistema de podas e renovação anual e/ou periódicas das lavouras. Assim, os ramos provenientes das podas, ainda contendo os frutos, são colocados sobre lonas nas linhas de café, essas lonas são recolhidas mecanicamente e os ramos produtivos são trilhados. Essa forma de colheita semimecanizada possui grande potencial por utilizar máquinas mais compactas e de menor custo, além de não exigir a obrigatoriedade da adequação espacial das lavouras de café.

Realização e parcerias
O Worshop de Colheita Semimecanizada de Café Canéfora foi uma realização da Embrapa Rondônia, Emater-RO e Sebrae. Conta também com a parceria do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, Indústrias Pallini & Alves, Indústrias Colombo (MIAC), Agro Mais e Jacomin Agropecuária e Irrigações.

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Ainda não existem comentários para esta matéria.
Para comentar
esta matéria
clique aqui
sem comentários

Conteúdos Relacionados à: Notícia
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada