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SETI - Secretaria Estadual da Ciência Tecnologia e Ensino Superior
24/10/2016
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No Dia Mundial da Alimentação, celebrado no último dia 16 de outubro, o Paraná comemorou o título de maior produtor de alimentos orgânicos do país e o segundo Estado brasileiro com o maior número de propriedades certificadas para a produção de orgânica. São 1.966 propriedades, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atrás apenas do Rio Grande do Sul.
O Paraná tem uma produção de 130 mil toneladas de alimentos por ano, segundo o Instituto Emater. O bom desempenho do Estado se deve, principalmente, ao Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos (PPCO). É o único programa público no país a orientar e capacitar os produtores, fazer auditoria e a certificação da produção de alimentos orgânicos. O programa envolve a Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, por meio das universidades estaduais; o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), vinculado à Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que é o órgão certificador.
Nos últimos quatro anos mais de 290 propriedades foram certificadas, em todas as regiões paranaenses.O Governo do Paraná já investiu no R$ 5,5 milhões no programa que, somados aos valores da fase 3 - que começou em 2016 e segue até 2018 -, totalizam R$ 8 milhões por meio do Fundo Paraná. Até o término da fase 3, a meta é certificar cerca de 1.040 produtores. O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes, disse que o programa registra excelentes resultados e contribui para a valorização da produção de orgânicos no estado. “Por isso estamos trabalhando para a sua continuidade”, afirmou. Na opinião do coordenador da Unidade Gestora do Fundo Paraná, Luiz Cézar Kawano, hoje o Paraná tem a maior produção de orgânicos do país e consegue fomentar a inovação tecnológica e a organização de pequenos agricultores para que eles possam melhorar a sua renda e levar à população um alimento de melhor qualidade.
Capacitação e Certificação
Os agricultores que pretendem passar da produção convencional para a orgânica são orientados por técnicos e estudantes das sete universidades estaduais que fazem acompanhamento técnico e a capacitação dos produtores. Para que receba a certificação, a propriedade deve atender a uma série de normas, principalmente a troca de agrotóxicos e insumos químicos por técnicas agroecológicas, preservação dos ecossistemas, promoção do uso saudável do solo e da água e comércio justo. A certificação é auditada pelo Tecpar que é responsável pela capacitação dos 34 bolsistas do programa.
Agricultura Familiar
O programa é voltado a pequenas propriedades, adaptado à realidade da agricultura familiar. “Não queremos substituir o agronegócio, mas é possível ter uma produção de orgânicos que traga mais renda, mais saúde e mais satisfação ao pequeno produtor”, explicou o professor Rogério Barbosa Macedo, coordenador do Núcleo de Estudos de Agroecologia e Territórios da Universidade Estadual Norte do Paraná (UENP). O programa faz a certificação para agricultores familiares do Estado de forma gratuita, além de capacitar a comunidade acadêmica para atuar em serviços de extensão rural, formando mão de obra qualificada para o Estado e promovendo a inserção de produtos com o selo “Orgânico Brasil” no mercado. Com a certificação, os agricultores familiares contam com o incentivo econômico, já que há uma valorização do produto orgânico, eles também são habilitados para programas públicos, como a merenda escolar e o Programa de Aquisição de Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.
Especialização
Outra iniciativa para fortalecer a produção de orgânicos é o Mestrado Profissionalizante em Agroecologia, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o segundo a ser criado no Brasil. Esse mestrado é fruto do trabalho de docentes da UEM e também de professores da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e da Universidade da Califórnia (University of California), com apoio da Secretaria do Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A proposta do curso é fomentar pesquisas em produção agroecológica familiar, aumentar o conhecimento sobre a natureza e os indicadores de qualidade e de sustentabilidade dos agroecossistemas, bem como apoiar e potencializar a Rede Paranaense de Pesquisa em Agroecologia.
De acordo com o coordenador do curso, professor José Ozinaldo Alves, o objetivo é aliar o conhecimento acadêmico à experiência prática de agricultores, para atender a demanda do Estado por profissionais especializados. Outra iniciativa para incentivar a produção de orgânicos no Estado é a promoção do primeiro Dia de Campo, com tecnologias de produção. A ação acontecerá de 11 a 12 de novembro, na Estação Experimental Agroecológica Terra Livre, em Bandeirantes, no Norte do Estado.
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