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Clima    
La Niña traz mudança no regime de chuvas e pode afetar produção agrícola no Sul e no Nordeste do Brasil
Condições do fenômeno já estão presentes na porção equatorial do Oceano Pacífico e provavelmente continuarão durante todo o verão de 2017
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Williams Ferreira e Marcelo Ribeiro, pesquisadores da Embrapa Café e EPAMIG
11/11/2016

Após a análise das anomalias negativas apresentadas na temperatura da superfície do Oceano Pacífico no mês de outubro pode-se considerar que atualmente as condições do La Niña, de fraca intensidade, já estão presentes na porção equatorial do Oceano Pacífico e provavelmente continuarão durante todo o verão de 2017.

El Niño e La Niña

Nas últimas semanas, o plantio de milho e soja no Sul do Brasil tem sido favorecido pelo maior volume de chuvas localizadas e temperaturas pouco acima da média do período nas regiões produtoras. Todavia, com a presença do La Niña, no mês de dezembro a temperatura deverá ser mais amena no Sul e Sudeste do Brasil. Normalmente durante o período de La Niña costuma ocorrer aumento de chuvas na região Nordeste do país, favorecendo o chamado “inverno nordestino” principalmente no mês de março, quando as chuvas são mais marcantes na região.

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Todavia o mês de fevereiro do próximo ano poderá se destacar como o mês mais chuvoso do período. No Sudeste, as chuvas poderão ocorrer dentro da média ou muito pouco acima dessa nos próximos meses. No Sul do país há maior probabilidade de redução de chuvas para os próximos meses, sendo o mês de fevereiro o que deverá apresentar maior redução das chuvas naquela região. Apesar do La Niña já estar presente, o próximo mês ainda deverá apresentar características pluviométricas não alinhadas com a presença do padrão La Niña.

Chuvas acima da média em dezembro

Toda a área em azul apresenta probabilidade de ocorrência de chuva acima da média para o mês de dezembro, sendo que as áreas destacadas em “azul escuro” apresentam maior probabilidade de ocorrência de chuvas acima da média no período com destaque para a mesorregião do Sul de Minas, em Minas Gerais, para a mesorregião do Vale do Paraíba e de Campinas, em São Paulo. As chuvas também poderão ocorrer acima da média nas mesorregiões Centro Sul, Sudeste e Metropolitana de Curitiba, no Paraná, e na mesorregião Norte catarinense, em Santa Catarina; e nas microrregiões de Alto Teles Pires e Paranatinga, no norte do Mato Grosso, e de Tesouro no sudeste mato-grossense.

Chuva abaixo da média em dezembro

Toda a área do mapa que se encontra na cor laranja apresenta probabilidade de ocorrência de chuva abaixo da média para o próximo mês, com as áreas destacadas em “laranja escura” apresentando maior probabilidade de ocorrência de chuvas abaixo da média no período. Essas áreas representam a mesorregião do Vale do Rio Doce, Mucuri, Jequitinhonha e Norte de Minas, em Minas Gerais, e a porção mais ao sul do Centro Sul baiano e em parte do Vale São-Franciscano da Bahia. Os estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e quase todo o Ceará, assim como a mesorregião sudeste do Piauí e parte do sudoeste e centro norte piauiense também apresentam maior probabilidade de ocorrência de chuvas abaixo da média no período.

Chuvas em janeiro
Em janeiro a área com probabilidade de ocorrência de chuvas abaixo da média poderá se estender para todo o estado do Tocantins e grande parte do Mato Grosso.

Café
Na atual safra, que deverá ser de baixa produção, muitos cafezais já estão em período de desenvolvimento vegetativo com novas brotações. Com as chuvas mais presentes nas últimas semanas é o momento do produtor voltar a sua atenção para as pulverizações com o objetivo de fornecer micronutrientes, bem como também fazer prevenção para a maior ocorrência das doenças que são mais comuns no período chuvoso. Destaca-se que o produtor que já tiver realizado a análise do solo de sua propriedade poderá intensificar no próximo mês a adubação do solo, uma vez que o maior volume de chuvas em dezembro deverá também favorecer o plantio de novas mudas, bem como o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo do cafeeiro.

O prognóstico
A análise e o prognóstico climático aqui apresentados foi elaborada com base na estatística e no histórico da ocorrência de fenômenos climáticos globais, principalmente daqueles atuantes na América do Sul. Foram consideradas ainda as informações disponibilizadas livremente pelo NOAA; Instituto Internacional de Pesquisas sobre Clima e Sociedade — IRI; Met Office Hadley Centre; Centro Europeu de Previsão de Tempo de Médio Prazo — ECMWF; Boletim Climático da Amazônia elaborado pela Divisão de Meteorologia (DIVMET) do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) e com base nos dados climáticos disponibilizados pelo INMET/CPTEC-INPE. Pelo fato do prognóstico climático fazer referência a fenômenos da natureza que apresentam características caóticas e são passíveis de mudanças drásticas, a EPAMIG e a Embrapa Café não se responsabilizam por qualquer dano e, ou, prejuízo que o usuário possa sofrer, ou vir a causar a terceiros, pelo uso indevido das informações contidas na presente matéria. Sendo de total responsabilidade do usuário (leitor) o uso das informações aqui disponibilizadas.

Williams Ferreira é pesquisador da Embrapa Café/EPAMIG UREZM na área de Agrometeorologia e Climatologia, atua principalmente em pesquisas voltadas para o tema Mudanças Climáticas Globais.

Marcelo Ribeiro é pesquisador da EPAMIG na área de Fitotecnia, atua em pesquisas com a cultura do café.

Aviso Legal
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Aprígio
16/11/2016 - 10:18
Muito esclarecedor a matéria

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1 comentário

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