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Aline Bastos, Embrapa Agroindústria de Alimentos
19/06/2017
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Um estudo recente publicado na Encontros Biblio - Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) indica dois pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro, RJ) entre os 15 cientistas na lista dos inventores mais produtivos do país. O ranking considera o número de invenções provenientes de patentes universitárias brasileiras e do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), quanto à autoria e à área de estudo, de 1979 a janeiro de 2016, e pode ser acessado aqui.
Os pesquisadores Félix Cornejo, o 5º mais produtivo com 13 patentes depositadas no INPI, e Regina Nogueira, a 15ª mais produtiva, com seis patentes, produziram seus primeiros inventos com o professor Kil Jin Park, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que ocupa o primeiro lugar no ranking, dentre aqueles inventores ligados às universidades públicas brasileiras.
Tanto Félix quanto Regina realizaram seus estudos de mestrado e doutorado em Engenharia Agrícola na Unicamp, sob orientação do professor Kil, e prosseguiram suas pesquisas na Embrapa Agroindústria de Alimentos, especialmente em análises de parâmetros e de equipamentos para desidratação de frutas, temperos, pescados e grãos, que lhe renderam mais de uma dezena de patentes.
Entre 1983 e 1988, Kil foi assessor técnico da Embrapa Agroindústria de Alimentos e participou da equipe que criou a antiga área de Engenharia, atualmente denominada Planta Piloto de Processamento Agroindustrial, quando da mudança do Centro de Tecnologia Agrícola e Alimentar do Jardim Botânico para o bairro de Guaratiba, em 1984. O trabalho desenvolvido em parceria entre os pesquisadores rendeu dois prêmios Governador Estado de São Paulo pelo “Processo e Equipamento para Secagem de Materiais Biológicos”, em 1984, e pelo "Processo para Obtenção de Norbixina em Pó", em 1989.
Félix Cornejo depositou a última patente no INPI em 2016 – um modelo de software para secadores de alimentos, desenvolvido com Kil Jin Park. “O professor foi nosso parceiro durante anos, mas agora que ele se aposentou, começamos a trabalhar com seu filho, que é professor da Universidade Federal de Uberlândia na área de engenharia de software. A parceria continua, mas precisamos ampliar o investimento e a valorização profissional para o desenvolvimento tecnológico em nosso país”, avalia o pesquisador.
Equipamentos de desidratação de alimentos
Até hoje, os equipamentos de secagem de alimentos desenvolvidos por Félix Cornejo e Regina Nogueira e os produtos resultantes desse processamento representam as tecnologias da Embrapa Agroindústria de Alimentos mais expostas em feiras agropecuárias, e um dos assuntos mais requisitados no Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC).
Mais recentemente, os pesquisadores dimensionaram e construíram um sistema de secagem para obtenção de uvas-passas, em projeto com a Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves, RS). Um equipamento foi construído totalmente em aço inoxidável, incluindo um conjunto específico de dispositivos que garantem a uniformidade da umidade final do produto. “Essa tecnologia pretende suprir uma lacuna do mercado interno brasileiro, que atualmente importa toda a uva-passa consumida no país”, conta Regina Nogueira. Acesse a circular técnica aqui.
O equipamento mais simples e o mais procurado para desidratação de alimentos, contudo, nunca foi patenteado. Trata-se de um secador voltado para pequenos produtores rurais. Foi instalado em quatro versões, utilizando energias elétrica, eólica ou solar, em projeto financiado pelo Banco do Nordeste em 23 localidades da região. Para acessar o manual de construção do equipamento, clique aqui.
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