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Léa Cunha e Marcelo Pimentel
30/10/2012
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A resistência à sigatoka-amarela e ao mal-do-panamá, duas das mais importantes doenças das lavouras de banana no País, fazem da BRS Platina uma das principais novidades do setor frutícola nacional. Lançada semana passada durante o XXII Congresso Brasileiro de Fruticultura, a variedade, que é do tipo prata, foi desenvolvida pelo departamento de melhoramento genético da Embrapa Mandioca e Fruticultura, localizada em Cruz das Almas, BA.
A produtividade média do novo material varia de 25 a 30 toneladas por hectare, em condições de sequeiro. Seu manejo é mais rústico e não aceita manejo mais sofisticado.
É recomendada para o Norte de Minas Gerais e Oeste da Bahia.
Segundo o pesquisador Edson Perito Amorim, responsável pelo programa que resultou no novo material de bananeira da Embrapa, a resistência às duas doenças é, justamente, o principal diferencial da nova cultivar, tendo sido a maior preocupação da equipe durante todo o tempo da pesquisa. Sua principal vantagem é a resistência ao mal-do-panamá, fator limitante à produção nos perímetros irrigados
Os frutos da BRS Platina devem ser consumidos com a casca um pouco mais verde
“A BRS Platina vem atender à demanda por frutos do tipo prata, em especial onde há a presença do mal-do-panamá, doença que limita a produção da cultivar Prata Anã”, afirma.
A nova variedade apresenta bom perfilhamento, porte médio e características, tanto de desenvolvimento quanto de rendimento, idênticas às da Prata Anã. Os frutos também parecem com os dessa cultivar em forma, tamanho e sabor, porém devem ser consumidos com a casca um pouco mais verde, à semelhança das variedades do subgrupo Cavendish. Além disso, deve ser colhida de acordo com o mesmo manejo adotado para Cavendish.
Análises sensoriais
A variedade foi testada junto ao público consumidor desde o ano passado. A primeira análise sensorial aconteceu em outubro, durante o Simpósio Internacional ProMusa-ISHS: Bananas e Plátanos, que aconteceu em Salvador, BA. Foram 200 análises por dia, realizadas tanto no estande da Embrapa e como no Mercado Modelo, um dos pontos turísticos mais famosos da cidade.
“A análise sensorial é uma etapa fundamental na finalização de uma cultivar, uma vez que os frutos são consumidos e avaliados quanto a uma série de parâmetros de qualidade, como sabor e aspecto visual”, explica Amorim.
“O teste de aceitação no ProMusa foi de grande importância. Tratava-se de um público diferenciado, de todo o mundo, que conhecia a cultura da bananeira e tinha interesse em contribuir, dando suas opiniões”, completa Ronielli Reis, pesquisadora do Laboratório de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Embrapa Mandioca e Fruticultura que coordenou as análises com Catie Godoy, da Embrapa Florestas.
Outras análises foram realizadas em fevereiro de 2012, no Show Rural Coopavel, em Londrina (PR), e em junho, na Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada – Expofruit, em Mossoró (RN). Os resultados obtidos foram muito positivos e indicam elevada aceitação dos consumidores pelos frutos da ‘BRS Platina’.
A variedade foi desenvolvida em parceria com a Unidade Regional Norte de Minas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig (Nova Porteirinha, MG) e com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (Guanambi, BA).
Iniciado em 1976 com a criação do banco ativo de germoplasma, o programa de melhoramento genético da bananeira liderado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura recomendou, em 1985, as duas principais cultivares utilizadas pelos agricultores brasileiros – Prata Anã e Pacovan. Outras dez cultivares com resistência a doenças e boas características agronômicas foram desenvolvidas até hoje.
Para mais informações, visite o site da Embrapa Mandioca e Fruticultura: www.cnpmf.embrapa.br.
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