Carregando...
O monitoramento de micotoxinas na cadeia produtiva do milho pode alavancar as exportações. Essa foi a conclusão de pesquisadores da Universidade Federal de Londrina, que, após comprovarem através de experimentos a baixa contaminação de micotoxinas no Paraná, observaram um aumento de 670% nas exportações de milho da região. A publicação científica chegou ao conhecimento do mercado consumidor europeu e trouxe credibilidade para a produção local. O trabalho foi apresentado no XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, realizado no mês passado, em Goiás.
De acordo com a pesquisadora Elisa Yoko Hirooka, à frente da pesquisa, o trabalho começou a ser realizado na década de 1990, em resposta à grande ocorrência de intoxicação animal na região. Em conjunto com pesquisadores da África do Sul, os resultados dos monitoramentos foram publicados em 1996 e 2000. Através de experimentos de campo, ficou comprovado que a produção tinha baixa contaminação de micotoxinas.
— O trabalho foi publicado em dezembro e no mês seguinte, em janeiro, quando começou a colheita, apareceram europeus interessados na produção e querendo pagar mais do que o normal. Então percebemos que em termos de agronegócio o importante é não esconder dados, porque para os mercados consumidores interessam dados científicos confiáveis e com freqüência de monitoramento — explica Elisa.
Outro monitoramento foi feito recentemente, na safra 2003/2004, e também mostrou como resultado uma safra limpa de micotoxinas. Segundo a pesquisadora, o aparecimento de micotoxinas é influenciado por uma série de questões, inclusive a condição climática. Por isso, é fundamental que monitoramento seja contínuo e constante, para que sirva como um instrumento de comprovação da qualidade do produto.
A prevenção de micotoxinas pode ser feita através de boas práticas agrícolas. Cuidados na armazenagem e no manejo da cultura, além de uma seleção adequada de variedades resistentes, são fatores que podem contribuir para a redução dos problemas gerados pelos fungos.
Prejuízos causados
Micotoxinas são compostos venenosos produzidos por fungos que geram enormes prejuízos aos produtores e aos consumidores de alimentos. Os fungos são agentes causadores de cerca de 80% das doenças de plantas e, além de assolarem lavouras de todas as culturas, podem gerar intoxicações quando consumidos.
No Brasil, as micotoxinas mais tóxicas e cancerígenas que existem são conhecidas como aflatoxinas. Especificamente na cultura do milho, as mais ocorrentes são as da espécie fusarium, encontradas em quase 100% do milho nacional. A fusarium produz uma toxina chamada fumonisina, que é promotora de câncer.
|