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     06/12/2025            
 
 
    

Nos últimos anos, poucas cadeias produtivas apresentaram tantas mudanças positivas quanto a da castanha-do-brasil no Estado do Acre. Essas mudanças foram motivadas por uma sequência de políticas públicas e pela estruturação de uma cooperativa de produtores. Dados preliminares indicam que para a safra 2012–2013 as estimativas de comercialização do produto continuam favoráveis.

Fazendo uma abordagem quanto à distribuição e ocorrência da produção de castanha-do-brasil, os estados da região Norte (Amazonas, Acre e Pará) são os maiores produtores do País. Entre 2005 e 2008, o Acre era o maior produtor da região, a partir de 2009 o Amazonas registrou um aumento de 76% em relação ao ano anterior, alcançando a primeira posição, seguido pelos estados do Acre e Pará.

Contudo, em 2011, o Acre registrou o maior volume de produção de todo o período analisado, passando de 12,3 mil toneladas em 2010 para 14 mil toneladas e mantendo-se como o segundo maior produtor do País, ficando atrás somente do Amazonas, onde se registrou um volume de 14,6 mil toneladas. Mato Grosso, o único estado produtor que não faz parte da região Norte, registrou 2,3 mil toneladas, tornando-se o quinto produtor do País.

Diversos fatores contribuíram diretamente para o incremento na produção observado no Acre nos últimos anos. Dentre eles destacam-se a criação da Cooperativa Central de Comercialização de Extrativista do Acre (Cooperacre); a tributação aplicada pela Secretaria de Fazenda do Acre à saída da castanha-do-brasil com casca para outros estados; a ampliação da capacidade instalada nas agroindústrias do estado; a divulgação do produto em grandes centros do País por meio de feiras e rodadas de negócios; a desvalorização do dólar frente ao real nos últimos anos; o menor nível de exigências de procedência e qualidade para comercialização do produto internamente quando comparado ao que é praticado para exportação;  a oferta de treinamentos, realizados por instituições como a Embrapa Acre, sobre Boas Práticas na Produção da castanha-do-brasil, para diversos agentes da cadeia produtiva da região Norte, dentre outras.

Nesse contexto e com base em séries históricas da Secretaria de Fazenda do Estado do Acre (Sefaz/AC), observa-se nos últimos anos uma redução da comercialização da castanha-do-brasil com casca, um aumento no volume comercializado e no valor faturado do produto sem casca com tendência de crescimento no mercado interno. Esse incremento ocorreu a partir do ano de 2008.

Assim, nos últimos dois anos, o comércio da castanha-do-brasil sem casca se concentrou fortemente no mercado nacional, com um crescimento registrado de 348%, em relação ao volume comercializado, e de 661% em relação ao valor faturado. Especificamente em 2011, foram comercializadas 858 toneladas do produto ao preço médio de U$$ 8,05/kg. Em 2012 essa tendência está se mantendo, uma vez que, considerando os dados registrados até o mês de setembro, já foram comercializadas 698 toneladas de castanha-do-brasil beneficiada, com um faturamento superior a R$ 11 milhões (Sefaz/AC, 2012).

Ainda no que diz respeito ao mercado interno de castanha-do-brasil sem casca, em 2011 foram importadas 159 toneladas da Bolívia e 16 toneladas do Peru e, até o mês de 2012, já foi registrada a entrada de mais 206 toneladas provenientes da Bolívia e de 18 toneladas do Peru, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC/Aliceweb2),

No que se refere à exportação de castanha-do-brasil sem casca, realizada a partir do Estado do Acre entre 2000 e 2011, observa-se que nos anos de 2003, 2005, 2008 e 2011 não foi registrada nenhuma operação. Acredita-se que fatores como a ampliação dos critérios de fiscalização sanitária pelos países importadores, a crise internacional financeira e ainda o fortalecimento do real frente ao dólar, registrado nos últimos anos, contribuíram diretamente para esse cenário. Os principais compradores de castanha-do-brasil, fresca ou seca, sem casca proveniente do Acre foram, em 2009, a Alemanha e, em 2010, a Itália, para onde foram comercializadas 32 toneladas do produto, segundo dados do MDIC/Aliceweb2,

Apesar da não realização de operações comerciais no mercado externo em 2011 com castanha-do-brasil sem casca, produzida no Acre, o mercado interno vem crescendo desde 2010, mesmo com o registro de importação da Bolívia e, em menor escala, do Peru.  Outro fator que indica o aquecimento do mercado é o preço médio pago pelo produto, que se manteve em torno de US$ 8,05/kg nas transações realizadas em 2011 e até o mês de setembro de 2012 (Sefaz/AC).

Dessa forma, considera-se que a cadeia produtiva da castanha-do-brasil do Acre, dentro do período analisado, passou por mudanças estruturantes as quais contribuíram para que assumisse a segunda posição dentro desse segmento no cenário nacional em relação ao volume produzido.  Mesmo com as restrições sanitárias e financeiras atualmente existentes no mercado externo, conseguiu se inserir no mercado interno, o qual tem registrado crescimento contínuo em volume e valor faturado com a comercialização em maior escala da castanha-do-brasil sem casca, agregando maior valor ao produto final. E, por fim, espera-se que diante desse cenário favorável, o extrativista possa ser o maior beneficiário dos ganhos registrados recentemente.

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