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Genética Vegetal  
Transgenia em trigo encontra dificuldades
Constituição genética complexa e questões culturais e religiosas são barreiras para transgenia em cereais de inverno
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Juliana Royo
28/10/2010

A transgenia na agricultura é uma questão polêmica sob vários pontos de vista. Ela é bem sucedida e muito utilizada em culturas como milho e soja, aumentando os níveis de produtividade destes grãos. No entanto, há correntes da sociedade que são contra o uso de modificação genética nos alimentos por uma questão de segurança alimentar, uma vez que a alteração cria materiais novos que poderiam afetar a saúde humana, e também por fatores culturais como a religião, especialmente para o trigo que é considerado um alimento sagrado. Estes setores pedem pesquisas mais criteriosas sobre o impacto dos alimentos transgênicos.

Os cerais de inverno ainda não conseguiram vencer estas barreiras e a transgenia ficou em segundo plano para estas culturas. Muitas pesquisas são feitas no mundo todo e algumas tecnologias com trigo e cevada transgênicas já estariam até prontas para serem experimentadas, mas nenhuma delas tem autorização para ser implementada no campo. No Brasil, alguns estudos estão sendo feitos em universidades e instituições de pesquisa como a Embrapa Trigo, mas não há nada conclusivo ainda. O objetivo dos estudos é produzir alimentos com resistência a doenças e a ataques de insetos-pragas ou que sejam mais tolerantes a estresses hídricos ou de ordem climática. Outro poder dos transgênicos seria enriquecer os grãos com nutrientes importantes para a nutrição humana, fortalecendo a dieta básica necessária da população.

— A pergunta é porque ainda não existe transgenia em cerais de inverno? Discutimos vários fatores que estão dificultando este processo, entre eles a questão cultural. Pelo trigo ser um produto bíblico e sagrado, certamente é muito sensível à questão cultural e da religiosidade e existe sempre o medo de quem será o primeiro a utilizar o transgênico no sentido de uma possível rejeição. Essa questão é realmente sensível e precisa de uma análise bem profunda. A partir do momento que tivermos o trigo transgênico aprovado para outros países acho que não teremos problemas aqui no Brasil. A tendência é poder aumentar a produtividade, melhorar a estabilidade da produção e propiciar menor custo. Reduzindo custo e mais gente tendo acesso aos materiais não acredito que será um empecilho aqui, já que o Brasil é um grande consumidor e importador de trigo — analisa o doutor em melhoramento genético Euclydes Minella, pesquisador da Embrapa Trigo.

Outro fator limitante para a transgenia em trigo seria a composição genética do cereal, que possui uma constituição genômica muito complexa, que dificulta um pouco o trabalho dos pesquisadores e aumenta os custos. Minella diz para o Brasil, os transgênicos seriam interessantes para conferir maior resistência da cevada à acidez e alumínio tóxico e para tornar a cultura do trigo mais resistente à seca. A fragilidade do trigo diante da seca é um dos principais fatores limitantes para a produção mundial do cereal. No caso da cevada, já existe uma tecnologia desenvolvida na Austrália com cereal transgênico resistente ao alumínio tóxico que está chamando atenção dos pesquisadores brasileiros.

Transgenia

A transgenia é uma transferência artificial de uma característica ou informação genética de um organismo para outro. Ela pode trazer benefícios às culturas, como resistência a patógenos e aumento de produtividade, mas gera polêmica sobre os impactos que pode causar com a alteração genética. Minella explica que existem dois métodos normalmente usados para criar materiais transgênicos. Um é a biobalística, em que a característica de interesse é colocada dentro de uma célula do material que vai ser modificado geneticamente. Esta ferramenta inclui o novo gene no DNA da cultura através de um equipamento específico que dá uma espécie de tiro no material. O que está sendo mais usado atualmente no mundo, segundo o pesquisador, é o método que usa uma bactéria para introduzir a genética de interesse através da contaminação do organismo.

Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Jornal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia.
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João Edino del Antonio
28/10/2010 15:44:22
A ciencia nÒo deveria se preocupar com religiÒo, pois todos os alimentos sÒo sagrados, se assim nÒo fosse nÒo haveria vida no planeta.O fundamental seria que nossos cientistas comprovassem realmente que transgenia nÒo influÛnciaria a saude humana. Ou serß que Ú somente o trigo considerado sagrado pelo artigo.

Dr J. E. Dutra de Oliveira Médico Nutrólogo, Professor Titular da Faculdade de Medicnia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.Especialista e Pesquisador em Alimentação e Nutrição em Medicina
28/10/2010 22:47:11
28/10/2010
A transgenia Ú um avanþo tÚcnico e cientifico, objeto de estudos e pesquisas em todo o mundo que vai certamente trazer grandes benefÝcios Ó produþÒo de alimentos e Ó sa·de humana. Podem as pessoas preocupadas com possÝveis problemas da utilizaþÒo de transgÛnicos no meio ambiente e na sa·de humana que os pesquisadores, os cientistas mais do que ninguÚm sabem disso. SÒo pessoas responsßveis conscientes e preparadas para estudarem e estÒo estudando hß anos a transgenia. E o fazem sob os mais diferentes aspectos cientÝficos, tÚcnicos, sociais, Úticos e morais. O que nÒo se pode aceitar Ú que leigos,ou que qualquer pessoa muitas vezes do ponto de vista ideol¾gico e polÝtico ou atÚ religioso, dizer que o consumo de transgÛnicos poderß produzir efeitos malÚfÝcos Ó sa·de, Ó alimentaþÒo ou ao meio ambiente. Mostrem. provem. A literatura cientifica sobre o assunto Ú enorme, divulgando e jß usando o que se sabe e estudando, pesquisando.questionando o que ainda nÒo se sabe a respeito do assunto. Isto Ú ciÛncia e a sociedade deve confiar nos seus cientistas. Eles nÒo sÒo levianos e/ou irresponsßveis.

marcelo Silva
01/11/2010 11:13:59
Estimado Dr Dutra de Oliveira, prove entÒo que nÒo faz mal Ó sa·de!

marcelo silva
01/11/2010 11:15:35
"mostre" "prove"....

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4 comentários
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