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A temperatura ambiente tem grandes impactos na produção de ovos das aves. Um bom sistema de refrigeração é muito importante para manter não só a quantidade de produção como a qualidade dos ovos. O estudo sobre o efeito da temperatura na produção de ovos de codornas japonesas mostra que este impacto pode ser maior do que se imaginava. A variação entre a condição ideal (21ºC) e a realidade do clima brasileiro (com temperaturas perto dos 36ºC) pode gerar uma diferença de 18% na quantidade produzida pelas codornas e até 25% na redução de massa dos ovos.
A autora do estudo, que ganhou o prêmio da Associação Paulista de Avicultura durante o Congresso de Produção, Comercialização e Consumo de Ovos que aconteceu no final de Março, na cidade de São Pedro, é a pós-graduanda em zootecnia Francine Vercese, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp Botucatu. Ela fez a pesquisa durante o ano passado, assim como outros dois estudos que formam a sua dissertação.
— Em temperaturas superiores a 27ºC já houve uma ocorrência significativa de redução na produção das aves e piora na qualidade dos ovos. A produção de codornas ainda carece de muitos dados de pesquisa e este trabalho é importante porque é pioneiro na área e serve para que outros estudos possam ter dados precedentes para que a gente possa obter informações melhores para a criação de codornas, que é a coturnicultura — explica Francine.
O estudo avaliou o consumo de ração das codornas, a percentagem de postura, a percentagem de ovos viáveis, o peso médio dos ovos, a massa dos ovos, a conversão alimentar por dúzia e por quilograma em um grupo de 240 codornas japonesas. Elas foram divididas em grupos e submetidas a temperaturas de 21°, 24º, 27º, 30º, 33º e 36ºC. Os dados se mostraram expressivos em vários aspectos. O estresse causado pelo calor de 36ºC (maior temperatura testada) reduziu a produção de ovos viáveis em quase 18% e o consumo de ração em 39%. A qualidade dos ovos também ficou comprometida. A massa dos ovos diminuiu 25%, a postura dos ovos caiu 16,6% e o peso foi reduzido em quase 10%.
Em um país como o Brasil em que as temperaturas médias tem uma variedade muito grande entre as regiões e pode chegar a 40º C em algumas áreas é muito importante que os produtores fiquem atentos à refrigeração das granjas. A pesquisadora recomenda refrigeração constante a exemplo do que já é feito na produção de frangos com o uso de ventiladores e nebulizadores.
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