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Sanidade Animal    
Procedimento mais barato contra mastite
Contagem de células somáticas no leite custa menos de R$2 por vaca e é capaz de identificar doença que mais afeta produção
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Kamila Pitombeira
02/07/2013

A principal doença que afeta as vacas de leite é a mastite. Essa doença é responsável por grande parte das perdas financeiras dos produtores rurais. Capaz de representar perdas de 2L a 3 litros de leite por vaca a cada dia, ela pode se manifestar ou ficar escondida no animal, a chamada mastite subclínica. Para detectar a presença da doença e assim minimizar os impactos financeiros que ela pode causar, existe a contagem de células somáticas no leite. Segundo Paulo Machado, professor do Departamento de Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), o objetivo do procedimento é identificar animais com a infecção na glândula mamária.

— Isso porque, quando uma bactéria entra na glândula, causa uma reação imunológica no animal e ele responde enviando células somáticas para o interior da glândula mamária. Essas células somáticas são do próprio corpo do animal, ou seja, do sistema imunológico. São células brancas que têm como finalidade destruir os agentes invasores — explica o professor.

De acordo com ele, é possível identificar uma infecção analisando a presença de bactérias diretamente na glândula ou indiretamente através da contagem de células somáticas. Ele diz que se uma vaca apresenta contagem superior a 200 mil células para cada ml de leite, existe uma chance de mais de 90% de essa vaca estar infectada por uma bactéria.

— Esse procedimento pode ser feito visualmente identificando e contando cada uma das células somáticas que estão presentes no leite. Nós coramos os núcleos dessas células e, utilizando o microscópio, é possível fazer a contagem. Esse é um método preciso, porém extremamente trabalhoso, caro e demorado — conta Machado.

Para resolver essas dificuldades, foram criados equipamentos eletrônicos que fazem esse trabalho. Esses equipamentos são capazes de corar as células e realizar a contagem em alta velocidade, como fala o professor, que afirma existirem equipamentos que fazem quinhentas contagens por hora.  
 
— Todo rebanho possui vacas com mastite, mas o ideal é que o rebanho tenha, no máximo, 15% das vacas infectadas por bactérias. Muitas vezes, essas vacas não mostram sinais da infecção, é a chamada mastite subclínica. Algumas vacas, no entanto, mostram a presença da bactéria, a chamada mastite clínica. Portanto, a contagem somática identifica as vacas com mastite clínica, mas também as que apresentam a infecção subclínica. Com isso, o produtor sabe a real situação do seu rebanho — explica.

Machado diz ainda que, além de ser extremamente importante para o produtor, a contagem de células somáticas também é importante para a indústria, já que a presença dessas células indica um leite de pior qualidade que oferecerá menor rendimento na produção de queijo. O professor afirma também que é importante coletar amostras a cada mês.

— O ideal é que seja coletada uma amostra por mês de cada vaca. Com isso, é possível ter uma boa ideia da permanência da mastite no rebanho, da taxa de novas infecções e da taxa de cura, que, em conjunto, dão uma ideia da taxa de crônicas. Portanto, é possível ainda calcular coeficientes que dão toda a informação da situação de mastite no rebanho — explica.

Já em relação ao custo do procedimento, o professor afirma ser uma prática barata que todo produtor deve fazer. Segundo ele, ela custa menos de R$ 2 por mês para cada vaca e, através do resultado obtido, o pecuarista pode adotar medidas que venham a salvar um animal de R$ 3 mil, por exemplo.

Para mais informações, basta entrar em contato com o departamento de zootecnia da USP através do número (19) 3565-4047.

 Reportagem exclusiva originalmente publicada em 18/07/2011

Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Jornal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia.
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