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Marcelo Pimentel
24/10/2012
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Problema comum na produção de leite, o LINA (Leite Instável Não Ácido) é responsável por prejuízos para toda a cadeia. O impacto maior, porém, se dá sobre o próprio criador, que tem sua produção recusada pela indústria. Sua origem mais comum é a alimentação inadequada das vacas em lactação, ocorrendo principalmente em períodos de seca e de algum tipo de restrição alimentar. Em alguns períodos do ano na Região Sul do País, a ocorrência pode chegar a 50% das propriedades.
Entretanto, nem só a deficiência nutricional é causadora do problema. Existem outros, de acordo com a pesquisadora Maira Zanela, da Embrapa Clima Temperado, que há alguns anos pesquisa o assunto. Um deles é o tempo de lactação prolongado. “O ideal é que se seque uma vaca leiteira dez meses após o parto, mas quando esses animais ficam além desse período, por sua composição mineral, o leite terá uma estabilidade menor e pode dar positivo no caso do álcool”, explica.
Outras causas associadas são os fatores ambientais. Períodos muito quentes em que o animal sofre estresse térmico, por exemplo, acabam afetando seu metabolismo e fazendo com que ingira menos alimento e pode refletir em um caso de LINA. Períodos de muita chuva, quando o produtor faz uma troca brusca nos alimentos oferecidos aos animais, sem dar tempo de adaptação do rumem, também podem redundar na instabilidade do leite.
As perdas econômicas são significativas, pois quando é detectado o LINA há rejeição total do produto. Se o criador tem seu leite recusado, perde sua remuneração uma vez que, na maioria dos casos, o leite é a principal, quando não a única, fonte de renda da propriedade.
O diagnóstico é extremamente importante para saber se o problema é mesmo o LINA e não o leite ácido. Segundo a pesquisadora, a diferenciação é necessária porque o teste do álcool detecta a existência do problema mas não qual deles, o que pode causar confusão na hora do tratamento.
Uma vez confirmado o LINA, o que pode ser feito através de testes realizados pelo próprio produtor e outros que vão precisar de auxílio técnico, é necessário solucionar o problema através da adoção de uma série de medidas. A primeira delas é a secagem dos animais que estejam em períodos acima de dez meses em lactação. Depois vem a questão da alimentação, mas isso varia de caso a caso, dependendo das condições da propriedade O mais indicado, porém, é a prevenção, que pode ser feita com ajuda de uma programação o ano todo e que contemple as diferentes necessidades dos animais e condições climáticas (ouça a íntegra da entrevista e saiba todos os detalhes do tratamento e da prevenção).
Para mais informações podem ser encontradas no próprio site da Embrapa Clima Temperado (www.cpact.embrapa.br) ou pelo e-mail sac@cpact.embrapa.br.
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