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Os avanços da pecuária de corte
A pecuária de corte ainda tem muito espaço para agregar em produtividade. Por isso, é possível afirmar que a produção de carne bovina no Brasil pode crescer muito mais.
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Bigma Consultoria
19/05/2010

Em tempos que tanto se fala, e com exagero, sobre os supostos impactos ambientais da pecuária de corte, a necessidade de ganho na produtividade aparece como solução viável para mitigar tais impactos. 

No entanto, a pecuária vem avançando em produtividade há anos, desde o início da década de 70, o que iremos apresentar com alguns dados a seguir.

Conhecemos as dificuldades estatísticas para se analisar dados da pecuária brasileira, especialmente após a publicação do Censo 2006, que acabou agregando mais perguntas do que respostas.

O Censo de 2006 (IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) concluiu que o rebanho brasileiro seria de 171,6 milhões de cabeças. Porém, o mesmo IBGE indica um rebanho de 205,8 milhões de cabeças para o ano de 2006 na pesquisa pecuária municipal, ou PPM como é conhecida.

A diferença entre ambos os dados, em torno de 34 milhões de cabeças, supera o rebanho do México e da Austrália que ocupam, respectivamente, a oitava e a décima posição no ranking mundial de rebanhos bovinos, segundo a FAO (Food and Agricultural Organization), da Organização das Nações Unidas.

Ainda que o rebanho da Austrália seja o décimo maior do mundo, o país ocupa o quinto lugar no ranking de produção de carne bovina, também de acordo com a FAO. Essa comparação, sempre lembrada por diversos articulistas, nos serve para estabelecer o grau da seriedade da contradição entre as informações oficiais da pecuária brasileira.

Apesar de existirem diversas outras estimativas para o tamanho do rebanho brasileiro, não é lógico fugirmos dos dados do IBGE. É o único instituto que reúne informações suficientes para chegar o mais próximo possível da realidade. Os demais institutos, ou empresas privadas, não possuem orçamento e nem metodologia permanente para contabilizar o rebanho brasileiro.

Mesmo trabalhando com critérios rigorosos, e bem baseados para estimar o rebanho, não haveria como superar uma fonte pesquisada. Isso tudo aumenta a frustração em torno da divulgação de dados tão incoerentes sobre a mesma realidade.

Pois bem, o objetivo do texto é discutir o avanço da produtividade e não o tamanho do rebanho. Embora o tema seja de grande importância, muito já se falou sobre o assunto.

A mesma informação pesquisada pelo IBGE, que chegou ao rebanho de 171,6 milhões de cabeças bovinas no Brasil, identificou uma ocupação média de 0,93 hectare por bovino. Se o rebanho for realmente menor, estaríamos falando de uma área total de pastagens em torno de 159,6 milhões de hectares em 2006.

Todas as publicações e artigos consideram áreas de pastagens de 170 milhões a 220 milhões de hectares. A informação mais aceita é a área de pastagens em uso girando por volta de 175 milhões de hectares, além de outros 45 a 50 milhões de hectares degradados.

É outra informação que nos leva a questionar os dados do Censo de 2006. Pelo próprio censo anterior, realizado 10 anos antes, em 1996, estaríamos considerando uma redução da área da ordem de 17,9 milhões de hectares, frente a um aumento de rebanho da ordem de 18,5 milhões de cabeças.  Essa área é proporcional a todo o pasto do Estado de Goiás.

Sendo assim, é preciso estabelecer parâmetros e optar por uma ou outra fonte de informação que seja contundente e possibilite compreender o ocorrido na pecuária brasileira.

Considerando que os critérios para coleta de informações do Censo tenham sido seguidos na pesquisa, é possível considerar que o dado de ocupação da área, divulgado no Censo 2006, seja coerente.
Em outras palavras, estaríamos assumindo que o Censo foi eficiente no tratamento dos dados coletados, mas ineficiente em coletar os dados de todo o rebanho nacional. É uma hipótese.

Com isso, teríamos o rebanho de 2006 oscilando de 171,6 a 205,8 milhões de cabeças e a área de pastagens entre 159,6 e 175,5 milhões de hectares.

Observe, na figura 1, a evolução da ocupação da área de pastagens nos últimos censos agropecuários realizados entre 1940 e 2006.

Hoje, o rebanho mais aceito entre os profissionais da pecuária de corte é o apresentado pela pesquisa pecuária municipal (PPM), o qual continuaremos a adotar até que informações mais coerentes sejam divulgadas.

Considerando que a eficiência de uso de pastagens veio aumentando proporcionalmente ao indicado pelos históricos dos Censos agropecuários, em 2009 a ocupação da área pela pecuária seria em torno de 1,16 animais por hectare.

Projetando o rebanho de 2009 pela pesquisa pecuária municipal podemos estimar um rebanho de 203,6 milhões de cabeças ocupando uma área de 174,95 milhões de hectares.

Observe, a figura 2, como o rebanho continua crescendo, enquanto as pastagens estabilizam-se por um período e começam lentamente a recuar nos últimos anos.

O recuo é comprovado pelo avanço da agricultura em áreas de pastagens nos últimos anos.

Claramente, na figura, é possível notar a redução do rebanho nos anos de ciclo de baixa nos preços. Neste período houve um aumento no número de cabeças abatidas. Logo em seguida, o rebanho voltaria a aumentar tanto pela redução do abate como pela retenção de matrizes, consequência da virada do ciclo pecuário para o período de alta.

Com pouca alteração anual nos índices de natalidade, a oscilação do rebanho é relacionada com os movimentos de aumento ou redução do abate. Este, por sua vez, depende da produção de carne para atender a demanda.

Na figura 3 é apresentada a produção anual de carne bovina em mil toneladas de equivalente carcaça. A definição de equivalente carcaça é uma forma de padronizar toda a produção industrial em carcaças bovinas.

Sendo assim:

1 kg de carne em carcaça = 1 kg de equivalente carcaça;
1 kg carne desossada = 1 ,3 kg de equivalente carcaça;
1 kg de carne industrializada = 2,5 kg de equivalente carcaça.

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