Nas últimas semanas, com a passagem das frentes frias, voltou a chover na região Sul e Sudeste do Brasil, todavia sem maiores comprometimentos para a colheita do milho safrinha, da cana de açúcar e do café mais ao norte do Paraná. A passagem das frentes provocou variações nas temperaturas principalmente nas regiões Centro Oeste, Sul e Sudeste do Brasil.

Chuvas
As temperaturas da superfície do Oceano Pacífico sugerem que as condições neutras do fenômeno ENOS (El Niño Oscilação Sul) deverão se manter pelo menos até o próximo verão. As atuais condições da atmosfera na estação de inverno indicam que para o mês de setembro há boa probabilidade de ocorrência de chuva para a porção oriental do Tocantins, principalmente na região do Jalapão, bem como para a porção mais ao Sul da região Sudeste do Pará, favorecendo o pasto da pecuária de corte da região.

Há também possibilidade de ocorrência de chuvas acima da média normal para o período para o extremo oeste da região Norte do Mato Grosso. Essas chuvas no final do inverno serão importantes para a recuperação das lavouras de café da região, as quais comumente ao final da colheita encontram-se depauperadas e desnutridas. A ocorrência das chuvas acima da média do período também poderá estimular a brotação de folhas novas e lançamento de botões florais. Nessa situação é prudente para os produtores antecipar as pulverizações com micronutrientes de modo a evitar que as folhas se desenvolvam com deficiências nutricionais.

Para o sertão da Paraíba e todo o estado do Ceará, assim como para a região do Sul e Centro Sul baiano, também há a possibilidade de ocorrência de chuvas acima da média, o que pode comprometer um pouco a colheita do cacau.

Há maior probabilidade de que as chuvas ocorram acima da média para a região do Cerrado conhecida como a "última fronteira agrícola" do país, que engloba o Sul do Maranhão, parte do Sudoeste do Piauí, parte do Oeste da Bahia e a parte Leste do Tocantins, também conhecida como Mapitoba. Também há probabilidade de que as chuvas ocorram acima da média no Noroeste e no litoral do Espírito Santo, assim como no Vale do Mucuri e no extremo Norte do Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais.

Por outro lado, na região de Poços de Caldas, Pouso Alegre, Itajubá, São Lourenço, no Sul de Minas, há probabilidade das chuvas ocorrerem abaixo da média do período, o que para a cafeicultura dessas regiões poderá favorecer a ocorrência de maior desfolhamento das lavouras, as quais já se encontram depauperadas e desnutridas devido ao período de pós-colheita. Com a probabilidade de chuvas abaixo da média do período o produtor deve ficar mais atento à lavoura devido à maior possibilidade de ocorrência de infestação de bicho mineiro, o qual tem sua ocorrência favorecida em períodos mais secos.

Com a possibilidade do período mais seco deve-se evitar a capina em lavouras com presença de mato, pois essa prática movimenta o solo sob a copa do cafeeiro podendo depauperar mais as lavouras de café, devendo assim o cafeicultor dar preferência pela roçada.

No Sudoeste do Mato Grosso do Sul, no Oeste Catarinense e no estado do Paraná, exceto para a região Metropolitana de Curitiba, as chuvas deverão ocorrer abaixo da média normal do período, favorecendo a colheita do milho safrinha.

Temperatura
Com relação à temperatura, o mês de setembro apresenta probabilidade de que fiquem acima da média em todo o estado de Minas Gerais, sendo que em Januária, no Norte de Minas, e em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri as temperaturas deverão ser mais elevadas. Também na faixa litorânea que vai desde Linhares, no litoral Norte do Espírito Santo, até Ilhéus, no Sul da Bahia e em todos os estados do Nordeste, com exceção do Maranhão, também deverão apresentar temperaturas mais elevadas do que o normal para o período, o que também deverá ocorrer nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com exceção da região do litoral neste último.

A análise e o prognóstico climático aqui apresentado foram elaborados com base na estatística e no histórico da ocorrência de fenômenos climáticos globais, principalmente naqueles atuantes na América do Sul, e são de caráter experimental. Foram consideradas ainda as informações disponibilizadas livremente pelo NOAA, Instituto Internacional de Pesquisas sobre Clima e Sociedade - IRI, Met Office Hadley Centre, Centro Europeu de Previsão de Tempo de Médio Prazo - ECMWF, pelo Boletim Climático da Amazônia elaborado pela Divisão de Meteorologia (DIVMET) do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) e dados climáticos do INMET/INPE. A informação é disponibilizada ao público em geral, porém nenhuma garantia implícita ou explícita é dada pela EPAMIG, a qual não se responsabiliza pelo uso indevido, por parte de terceiros, das informações aqui disponibilizadas.