Carregando...
A cargo da Embrapa Clima Temperado, o projeto de coleta, conservação, caracterização e uso das sementes crioulas tem o propósito de evitar o seu desaparecimento. Fortemente relacionada às substituições cunhadas pela pesquisa científica, essa erosão genética pode significar perdas econômicas e suprimir variedades com atributos bastante interessantes. Iniciada há cerca de dois anos, a articulação do uso racional desses germoplasmas crioulos vem otimizando a circulação do material entre produtores guardiões para diversificar as possibilidades de acesso da população consumidora.
Responsável pelos estudos, o pesquisador Irajá Antunes menciona sustentabilidade e seleção natural entre as vantagens oferecidas por essas sementes cultivadas por muito tempo no mesmo ambiente. Segundo ele, as populações sobreviventes das doenças e adversidades climáticas se tornam naturalmente resistentes, reduzindo as demandas por aplicações de produtos químicos e o custo de produção das lavouras.
— As sementes crioulas são variedades plantadas nas propriedade através do tempo, que sofrem o processo de influência do local há pelo menos 20 anos. Nós temos avaliado esses materiais em laboratório e redistribuído entre os guardiões. Fazemos reuniões com esses produtores, entidades ligadas à agricultura familiar, profissionais da extensão rural e associações. É uma nova ferramenta de abordagem desses germoplasmas, para os quais ainda não se dá o devido destaque — afirma ele.
O melhorista destaca a grande variabilidade presente nessas sementes, que contém características de grande importância para alimentação humana, como o alto teor de fibras encontrado numa espécie de feijão. Outra questão relevante é que o sucesso desse intercâmbio abre novas perspectivas de mercado e lucro para os agricultores.
|