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Um projeto organizado por várias instituições brasileiras da área rural vai medir a sustentabilidade no campo. O Projeto do Campo ao Mercado, encabeçado pelo Instituto Ares em parceria envolvendo Embrapa, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), diversas empresas e ONGs, foi inspirado em uma iniciativa similar nos Estados Unidos. O objetivo é verificar o nível de sustentabilidade das propriedades rurais, identificar os pontos positivos do Brasil e determinar de que forma é possível melhorar os fatores hoje negativos.
O estudo será feito através de indicadores sistêmicos de sustentabilidade. Estes indicadores são fatores como carteira assinada, segurança e condições gerais de trabalho, conservação do solo e da água nas propriedades, APPs recuperadas, a questão da Reserva Legal e o rendimento econômico da propriedade, entre outros pontos. A princípio o projeto vai abranger apenas produtores que trabalham com soja, milho e algodão, mas futuramente o campo de avaliação será expandido.
— A ideia é fazermos levantamentos regionais. Nós teremos um gráfico com várias dimensões e vamos fazer a avaliação ano a ano para estas três culturas e medir a evolução da sustentabilidade. De acordo com os quesitos. A visualização do gráfico pode ser até quadridimensional. Mas o projeto só começa a campo ano que vem — explica Ocimar Villela, superintendente do Instituto Ares (Instituto para o Agronegócio Responsável).
Villela explica que a ideia é fazer um panorama regional e diz que é difícil fazer uma comparação em todo o Brasil por causa do tamanho do território nacional. Existem questões a serem levadas em conta como o transporte a compra de insumos, que influenciam diretamente na sustentabilidade da propriedade.
— Dentro da porteira os índices variam pouco. Mas num país como o nosso, diminui muito a sustentabilidade quando nós saímos da porteira porque dependemos da importação de insumo e da exportação da produção. Todo o nosso transporte é baseado em rodovias e petróleo. Nós temos pouco transporte ferroviário e hidroviário, com isso nossa sustentabilidade de produção cai muito. Dependendo da região que você está, tem maior facilidade ou não de obter os insumos. Já na parte ambiental e social não acontece grandes diferenças, a não ser na questão de emissões de carbono na parte rodoviária — comenta.
O projeto Do Campo ao Mercado está em fase final de elaboração e parcerias e vai chegar ao campo ano que vem. O superintendente do Instituo Ares diz que além das melhoras de produção na fazenda, os produtores vão sentir um benefício econômico pelo reconhecimento da produção sustentável.
— Cada vez mais, a sustentabilidade vai render mais dinheiro porque o pagamento por serviços ambientais será mais valorizado, com resultados efetivos no bolso do produtor. É preciso haver um reconhecimento maior da sociedade, do sistema financeiro e do varejo porque o produtor tem que investir mais para ser sustentável. Esse reconhecimento financeiro é fundamental para que a gente traga uma grande massa de produtores para este processo porque é isso que importa: produtores em grande número — argumenta Villela.
Os interessados em maiores informações devem entrar em contato com o Instituto Ares pelo telefone (11) 3023-2300.
Reportagem exclusiva origianalmente publicada em 23/08/2011
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