dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     29/04/2024            
 
 
    
Manejo da Lavoura    
Como o excesso de umidade prejudica lavouras de cereais e café
Clima atípico em junho comprometeu qualidade e produtividade em maior ou menor intensidade dependendo da região e das fases vegetativas das plantas
Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Iapar
18/07/2013

O volume de chuvas no mês de junho no Paraná (média de 250 milímetros) foi o maior dos últimos 30 anos; a média histórica é de 90 mm. Com um agravante: a instabilidade se estendeu durante todo o mês. O serviço de agrometeorologia do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) acusou apenas cinco dias sem chuva; no período, o sol apareceu poucas vezes – suficiente apenas para dissipar o nevoeiro.

Na maior parte do Estado prevaleceu o alto teor de umidade relativa do ar. Foi um mês atípico, concorda a pesquisadora Heverly Moraes. Os produtos mais afetados foram o café, o milho e o trigo. Três especialistas do Iapar, que trabalham com esses produtos, confirmam que o clima comprometeu qualidade e produtividade em maior ou menor intensidade dependendo da região e das fases vegetativas das plantas.

Metabolismo da planta
No caso do milho, o excesso de umidade foi bastante prejudicial variando conforme a fase das lavouras. No período de enchimento dos grãos, por exemplo, a baixa luminosidade implica na redução da taxa de fotossíntese e do metabolismo da planta, afetando a translocação de fotoassimilados para os grãos.

Além de comprometer a qualidade e o teor de amido dos grãos, poderá haver perda em produtividade, conforme explica o pesquisador Antonio Carlos Gerage. Mas essas não são as únicas consequências. Nessa situação, é comum ocorrer o aumento da incidência de fungos nas espigas e nos colmos, facilitada pela umidade e temperatura, resultando no aumento de grãos deteriorados, ou grãos "ardidos", e no quebramento dos colmos das plantas.

Chuvas e vento em excesso também vencem a resistência das plantas e provocam o acamamento. Estes efeitos podem interromper o enchimento dos grãos e também prejudicar as espigas já formadas que vão ao chão, inviabilizando a colheita mecânica, além de aumentar os grãos deteriorados. Nos períodos de excesso de chuvas, é recorrente a brotação de grãos nas espigas, mesmo após a maturação fisiológica, comprometendo ainda mais a qualidade da produção, a começar pelo seu aspecto.

Inimigos do trigo
A umidade em excesso facilita o aparecimento de doenças fúngicas como as manchas foliares e a ferrugem, bem como as doenças de espiga como a brusone e a giberela, as mais comuns no Paraná.

Trigo: lavouras semeadas bem no início do plantio estão sofrendo mais com a giberela

Este ano, a incidência da giberela (também conhecida por fusariose) é a que está prejudicando mais. Ela é responsável pelo aparecimento de uma micotoxina que compromete o grão no item qualidade, na redução do peso hectolítrico (PH), e na produtividade.

A giberela é um problema fitossanitário que ocorre em anos de excessiva umidade (chuva ou neblina intensa) conjugada com períodos de baixas temperaturas. As infestações nesta safra deverão realmente comprometer o rendimento de grãos do trigo.

O pesquisador Carlos Roberto Riede observa que lavouras semeadas bem no início da época indicada para o plantio (março ou abril), combinadas com cultivares de ciclo precoce ou curto estão sofrendo mais danos causados pela doença. Outro detalhe constatado nesta safra: o controle com fungicidas não tem apresentado o efeito desejado e necessário.

Riede também considera que o fenômeno este ano constitui um evento raro para o trigo: quase um mês inteiro de chuvas e muita umidade. Mas antes de qualquer decisão precipitada (na próxima safra) o produtor deve levar em conta que o fenômeno (chuva e umidade quase um mês inteiro) é atípico, quase uma exceção.

Fermentação do café
O pesquisador Marcos Antonio Pavan informa que chuvas e umidade em excesso afetam a qualidade do café de várias formas, ressalvando que isso varia conforme as condições das lavouras. No caso dos grãos maduros, ainda na planta, conhecidos como “cereja” ou “passas” (em razão da semelhança dos grãos, nesta fase, com aquelas frutas) é possível amenizar os efeitos. Mas, como o fruto do café é, naturalmente, adocicado, a umidade cria um ambiente ideal para a proliferação de fungos.

Grãos secos ainda na planta se desprendem com a chuva e o vento e caem no chão úmido. Nesse microambiente – em contato com impurezas, fungos e outros fatores de comprometimento da qualidade –, o mercado pode rebaixar o tipo e os preços.

No terreirão, onde é feita a secagem, normalmente há condições favoráveis para manuseio e qualidade do grão. Mas, este ano, a situação foi inversa: também os terreirões apresentaram excesso de umidade e, em muitos casos, não foi possível evitar a fermentação.

As consequências das chuvas em uma fase crítica da maturação do café também transparecem nas primeiras operações de colheita. Assim, já na “rastelagem”, grande quantidade dos grãos que caíram e permaneceram em contato com a terra se mostravam mofados e, mesmo com os cuidados que estão recebendo, podem ter qualidade comprometida, depreciando o produto no mercado.

Na prática confirma-se que lotes muito afetados pela umidade tendem a ser enquadrados como “riados”, que, certamente, não é a melhor qualidade de bebida. Cafés colhidos, lavados e secados não sofrem depreciação por causa do clima, apenas exigem investimento em máquinas e mão de obra treinada. No Paraná muitas propriedades são dotadas desses recursos.

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Ainda não existem comentários para esta matéria.
Para comentar
esta matéria
clique aqui
sem comentários
Integração reduz impactos ambientais
Além de emitir menos gás carbônico, lavouras, pastos e florestas integrados minimizam problemas com erosão e degradação do solo
Inseticida combate broca-da-erva-mate sem agredir ambiente
Bovemax, que deve chegar ao mercado este ano, utiliza apenas um óleo vegetal e um fungo que causa doença ao inseto da cultura
Pimenta bode: cheiro forte, frutos uniformes e ideal para conserva
Embrapa Hortaliças vai lançar pimenta em junho, mas sementes só chegam ao mercado para os produtores no ano que vem
Ração de galinhas poedeiras proporciona maior lucratividade na venda de ovos
Diminuição do nível de fósforo reduz custos da mistura
Dica: bê-a-bá da balança rodoviária
O emprego destes equipamentos reduz os custos operacionais e proporcionam agilidade. Para garantir pesagens seguras, no entanto, é importante estar munido de algumas informações.
O uso de maturadores na cultura do café
Alternativa de produto tem o objetivo de, com sua aplicação foliar, promover maior uniformidade da maturação e também a antecipação da colheita de 15 a 20 dias.
Produção de Híbridos na Piscicultura
Tecnologias como a indução hormonal e reprodução artificial, tornam a produção de peixes híbridos uma prática relativamente simples
A pecuária e os gases de efeito estufa
A qualidade da dieta do animal tem forte influência sobre a emissão de metano e é essa uma das principais linhas de pesquisa visando mitigar a emissão de GEE
A maior oferta de carne bovina no mundo depende de nós
Os números recentes da pecuária comprovam que a atividade responde rapidamente aos investimentos
O descaso das autoridades ocasionou prejuízos aos produtores de feijão
O que os produtores desejam são regras claras. Se não há recursos para cumprir as promessas, não as façam. Não induzam a pesados prejuízos os sofridos produtores brasileiros
Nova cultivar de feijão rende de quatro a cinco mil quilos por hectare
Indicada para produtores de PR e SP, a IPR Tuiuiú deve chegar ao mercado em 2011
Embrapa investe em tecnologias sustentáveis para combater doenças na lavoura
A expectativa é que dentro de dois anos novos produtos não tóxicos estejam disponíveis
Fitorreguladores equilibram desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta
Substância reguladora impede que algodoeiro cresça demais, reduzindo os custos de produção em 4%
Inseticidas usam bactérias para combater insetos nas plantações
Produto não agride o meio ambiente, é 100% eficaz e pode ser usado em diversos tipos de cultura

Conteúdos Relacionados à: clima
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada