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Marcelo Pimentel
21/07/2012
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Ainda sem nomes e preços definidos, estão prestes a chegar ao mercado quatro novas variedades transgênicas de algodão. Os materiais são versões geneticamente modificadas das cultivares convencionais FMT 701, FMT 705, FMT 707 e FMT 709, presentes há algum tempo no mercado. Todos preservam exatamente as mesmas características que os tornaram conhecidos; porém, agregam qualidades transgênicas como a resistência ao glifosato e a lagartas em geral.
A pesquisa, desenvolvimento e lançamento foram conduzidos pela Fundação Mato Grosso e atendem a um antigo desejo dos cotonicultores de Mato Grosso, Goiás e Bahia e Maranhão, cuja demanda baseia-se no argumento econômico da diminuição dos custos de produção do algodão, uma vez que o controle do mato e de pragas encarece o manejo da lavoura por requerer capina e mais mão-de-obra.
Assim, o produtor tem plantas com a capacidade de resistir aos principais herbicidas do mercado, à base de glifosato, permitindo o controle químico. A resistência estende-se também ao ataque das lagartas em geral (Spodoptera spp.): da maçã, rosca, rosada, militar, entre outras, que causam estragos significativos nos algodoais.
De acordo com o responsável pela área de Pesquisa e Desenvolvimento de Produto no Programa de Melhoramento Genético de Algodão da Fundação MT, Eduardo Kawakami, essa preocupação por parte dos produtores é tão grande que muitos optam por materiais transgênicos apenas pela tranquilidade e segurança que dão. “Mesmo que em alguns casos, a produtividade não seja a mesma de uma linhagem convencional” – afirma.
Kawakami: novas variedades mantêm características das convencionais conhecidas
Pacote
Sobre o processo tecnológico que deu origem às variedades, o pesquisador explica que os materiais convencionais foram mandados para laboratórios da Dow Agrosciences, nos Estados Unidos, onde foi realizado o processo de introgressão da transgenia. A empresa os devolveu e desde o ano passado a Fundação MT avalia os materiais a campo.
Com relação à disponibilidade de sementes no mercado, Kawakami destaca que este ano o processo está na fase pré-comercial, com pouca disponibilidade de sementes. Ano que vem, no entanto, as variedades entram efetivamente de forma comercial no mercado.
As quatro novas variedades já são tecnologias validadas, mas a Fundação MT ainda trabalha no aperfeiçoamento do pacote tecnológico com todas as recomendações necessárias para a melhor condução da lavoura. Nesse momento, são realizadas redes de ensaios a campo, onde são testados e avaliados pontos como: manejo, espaçamento, população, época de plantio, tipo de solo, fertilidade, exigência de produtos reguladores de crescimento, entre outros.
Agregando
Dentre as características principais das cultivares convencionais que estão ganhando versões transgênicas, Kawakami destaca que é condição básica que todos tenham elevada produtividade.
A FMT 701 é um material já bastante conhecido, lançado em 2005 e por alguns anos o mais plantado em Mato Grosso. Possui alta rusticidade, tolerância ao nematoide e ao apodrecimento de maçã. É um material mais tardio, recomendado para a abertura de plantio. Já a FMT 705, é resistente à ramulária, tolerante ao nematoide, possui boa rusticidade e rendimento de fibra, muito recomendado para cultivo adensado em função do bom “pegamento de baixeiro”. Indicado para o período de meio e fechamento de plantio.
No sentido horário, FMT 701, FMT 705, FMT 709 e FMT 707: mercado consolidado
O FMT 707 possui resistência à ramulária, é pouco exigente em regulador de crescimento, tem qualidade de fibra e é um material com estrutura mais retangular, possibilitando mais plantas por hectare. Indicado mais para fechamento de plantio
Por fim, o FMT 709 é mais tolerante ao nematoide, tolerante também à ramulária, aderência de fibra forte, permitindo atrasar a colheita sem perda de qualidade. Em termos de sanidade de planta é o mais equilibrado de todos eles, segundo Kawakami.
Para mais informações, entre em contato com a Fundação MT pelo telefone (66) 3439-4100 ou pelo site: www.fundacaomt.com.br
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