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Genética Vegetal |
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Embrapa lança milho biofortificado |
Milho biofortificado com pró-vitamina A é específico para programas sociais, como os de merenda escolar |
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Guilherme Viana, Embrapa Milho e Sorgo
20/05/2013
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Uma cultivar de milho com quantidade de pró-vitamina A (carotenoides) cerca de quatro vezes superior à encontrada em cultivares comuns do cereal está sendo lançada pela Embrapa Milho e Sorgo nesta segunda, dia 20 de maio. A pró-vitamina A se transforma em vitamina A a partir de reações químicas no organismo. Entre suas funções estão a manutenção de uma boa visão, uma pele saudável e um bom funcionamento do sistema imunológico. A falta dela no organismo humano resulta na hipovitaminose A, considerado um dos principais problemas de nutrição no mundo. Essa deficiência está associada à perda de visão em crianças.
A cientista de alimentos Maria Cristina Dias Paes, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), unidade responsável pelo desenvolvimento da cultivar, explica que o milho biofortificado – a cultivar será identificada pela sigla BRS 4104 – apresenta concentração de carotenoides percursores da vitamina A na faixa de 6 a 8 microgramas por grama de grãos. O milho comum apresenta entre 2,5 e 4 microgramas.
Novo material é parte das ações ligadas ao projeto BioFORT
Em áreas experimentais na Embrapa Milho e Sorgo, o milho pró-vitamina A vem produzindo bem. De coloração amarela intensa, a cultivar foi desenvolvida a partir de um trabalho de seleção onde os grãos que apresentaram maior quantidade de pró-vitamina A foram selecionados e utilizados no processo de melhoramento. “Esse milho apresenta ciclo precoce e estamos muito otimistas com suas características agronômicas”, destaca Paulo Evaristo Guimarães, pesquisador da área de melhoramento.
O lançamento da cultivar acontece durante a 6ª SIT (Semana de Integração Tecnológica) e é resultado das ações do projeto BioFORT, nome que vem de biofortificação de alimentos, que trabalha o melhoramento genético convencional de culturas agrícolas que compõem a dieta básica da população brasileira e de outros países onde problemas nutricionais ainda são prevalentes. No Brasil, pesquisadores da Embrapa já conseguiram cultivares de mandioca e de batata-doce com altos teores de vitamina A e arroz, feijão e feijão-caupi mais ricos em ferro e zinco.
O milho biofortificado com pró-vitamina A é específico para programas sociais, como os de merenda escolar. O trabalho de transferência de tecnologia vem sendo feito pela Embrapa por meio da multiplicação de sementes biofortificadas pelas comunidades parceiras, cujos alimentos resultantes são utilizados em programas sociais, como o uso na merenda escolar e na dieta dessa população. Entre os impactos esperados estão o combate à desnutrição e à carência de nutrientes essenciais ao ser humano. Com a transferência dessa tecnologia, comunidades poderão ser beneficiadas com o consumo de alimentos mais nutritivos.
Mais informações no Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) da Embrapa Milho e Sorgo: (31) 3027-1905 ou cnpms.nco.geral@embrapa.br.
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Giovani Andreani
22/05/2013 09:32:19
Espero que questionar não ofenda. Esse milho produz igual ao convencional? Aí diz que produz 6 a 8 microgramas para cada grama (700 microgramas por 100 gramas de milho). Se produz menos que o convencional não seria melhor distribuir para as crianças outros alimentos muito mais ricos em vitamina A? Cenoura: 2.025; abóbora: 1.310, manga: 805, espinafre: 739, melão: 561, ervilha: 955, salsa: 631, alface: 2.912, damasco: 914, brócolis: 2.280, feijão: 832, melancia: 556, aboborinha: 516, fígado de boi: 10.700, mamão papaia: 863, batata, doce: 1.310, leite de vaca: 500, todos oferecem mais do que as 500 microgramas de necessidade diária das pessoas, com 100 gramas diárias de cada alimento.
Embrapa Milho e Sorgo / Núcleo de Comunicação Organizacional
22/05/2013 15:57:06
Prezado leitor Giovani Andreani,
A produtividade da variedade é comparável às variedades comerciais no mercado, portanto, não há diferença do rendimento. É importante lembrar que o desenvolvimento desse milho se baseou no fato de ser esse um alimento da dieta básica das populações, produzido em várias regiões e que pode ser estocado a longo prazo, diferente de outros alimentos de origem vegetal (frutas e hortaliças), que são fontes de pró-VA, que possuem tempo de vida de prateleira muito curto. Além disso, nem sempre esses alimentos, citados pelo autor da pergunta, estão disponíveis nas áreas onde a prevalência de hipovitaminose A ainda ocorre, mas nesses locais o milho faz parte da cultura dos produtores. O projeto tem como foco a produção das culturas biofortificadas, incluindo o milho, pelos agricultores familiares e o uso nesse local, com venda do excedente para atender os programas sociais. A Embrapa está desenvolvendo mandioca, batata-doce e abóbora com concentrações de vitamina A significativamente maiores, o que contribuirá para aumentar ainda mais o aporte dessa vitamina na dieta dessas populações que necessitam desse aporte.
Maria Cristina Dias Paes Cientista de Alimentos / Embrapa Milho e Sorgo Contatos: (31) 3027-1289 ou cristina.paes@embrapa.br
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