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Broca-do-fruto faz produtores abandonarem plantios de cupuaçu
Pesquisa busca soluções para a praga, que é mais grave nos estados do AM e RO onde os plantios estão sendo abandonados devido à alta incidência. PA e AP também já relatam presença da praga
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Maria José Tupinambá, Embrapa Amazônia Ocidental
13/12/2013

A grande incidência de pragas e doenças nos plantios de cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum) no Estado do Amazonas está desestimulando os agricultores a cultivarem essa fruteira de grande aceitação no mercado. Nos últimos três anos, a área plantada caiu 54%, passando de 11 mil hectares para aproximadamente cinco mil hectares. Os dados são do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), apresentados no projeto “Pesquisas e Inovações Tecnológicas para o Desenvolvimento da Cultura do Cupuaçuzeiro no Estado do Amazonas”, coordenado pela engenheira agrônoma Aparecida Claret, pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM).

A queda na área plantada de cupuaçuzeiro se deve à baixa produtividade em consequência da alta incidência da praga broca-do-fruto (Conotrachelus sp), a suscetibilidade das plantas à doença vassoura-de-bruxa, causada pelo fungo Moniliophthora perniciosa, e ao manejo inadequado da cultura.

Além da broca-do-fruto, vassoura-de-bruxa também pode causar danos de 40% a 100% às lavouras de cupuaçu

O cupuaçuzeiro é encontrado em toda região Norte, porém o problema da broca-do-fruto é mais grave nos Estados do Amazonas e Rondônia onde os plantios estão sendo abandonados devido à alta incidência, e já se tem relato da praga no Pará e no Amapá. A praga também é problema sério no cacau, principalmente em Rondônia, sendo, portanto, uma ameaça para essa cultura no Amazonas.

A evolução da incidência deste inseto-praga nos últimos 15 anos foi grande e as medidas de controle estão sendo praticamente inviáveis e não se tem alternativas eficazes, sendo um desafio para pesquisa dar resposta à demanda de produtores por solução, devido aos prejuízos econômicos que lhes são causados pela praga. O avanço no conhecimento da bioecologia de Conotrachelus sp e estudos estratégicos de diferentes métodos de controle poderão contribuir significativamente para o estabelecimento de táticas que permitam a implementação de programa de manejo integrado da praga.

Outro problema importante para a cultura é a doença vassoura-de-bruxa, que está amplamente distribuída em todas as áreas produtoras da Amazônia. A doença vassoura-de-bruxa pode causar danos de 40% a 100%.

Para buscar soluções de controle dessas doenças, a Embrapa Amazônia Ocidental, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apresentou e teve aprovado o projeto “Pesquisas e Inovações Tecnológicas para o Desenvolvimento da Cultura do Cupuaçuzeiro no Estado do Amazonas”, junto à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O projeto propõe ações integradas entre a pesquisa, a extensão e os agricultores, num processo de pesquisa participativa, com atividades de capacitação a diversos multiplicadores e troca de informações entre os atores envolvidos na cadeia produtiva do cupuaçu.

Neste projeto, que teve início em agosto de 2013 e termina em agosto de 2015, o estudo sobre o manejo da vassoura-de-bruxa nas condições do Amazonas terá ênfase no controle genético, cultural, biológico e alternativo, de modo que, em curto, médio e longo prazo sejam produzidas tecnologias de controle da enfermidade, através do manejo integrado. A Embrapa contribuirá para o desenvolvimento da cultura no Amazonas, com inovação de clones selecionados com alta produtividade e resistência à doença.

O objetivo geral do projeto é desenvolver pesquisas e inovações tecnológicas como contribuição para o desenvolvimento da cultura do cupuaçuzeiro no Estado do Amazonas e especificamente se busca ampliar o conhecimento sobre os aspectos bioecológicos da broca-do-fruto para embasar estratégias e táticas componentes do manejo integrado deste inseto-praga, determinar a existência de feromônio sexual da broca-do-cupuaçu e buscar a sua identificação dentre outras.

A engenheira agrônoma Aparecida Claret explica que as perspectivas são muito positivas em relação ao projeto, no que concerne a contribuir com ações inovadoras de pesquisas para o controle da broca-do-fruto e da vassoura-de-bruxa e ações de transferência de tecnologia, visando estabelecer estratégias para a sustentabilidade do sistema produtivo do cupuaçuzeiro no Estado do Amazonas. O projeto está sendo desenvolvido em rede, em parceria entre Unidades da Embrapa no Amazonas (Embrapa Amazônia Ocidental), Rondônia (Embrapa Rondônia) e Brasília (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) do Amazonas e Rondônia, e o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam).

Nos dias 26, 27 e 28 de novembro, os participantes do projeto estiveram reunidos em Manaus para discutir o desenvolvimento das atividades. Na quinta-feira (28/11), houve a palestra “Ecologia Química Aplicada ao Manejo de Pragas Agrícolas”, proferida pelos pesquisadores Miguel Borges e Maria Carolina Blassioli Moraes, da Embrapa Recursos Genéticos (Brasília-DF), com o objetivo de orientar os participantes sobre técnicas e metodologias de pesquisa para isolamento e identificação de semioquímicos, tais como feromônios, na avaliação comportamental de insetos e na aplicação no manejo de pragas agrícolas.

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Rohger Castilhos
13/12/2013 16:05:57
Monocultura, seja do que for, sempre teremos problemas.

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1 comentário
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